Educação

Veja os livros que podem cair na segunda fase da Fuvest 2019

Obras de Angola, Brasil e Portugal compõem a lista

Segunda fase do vestibular da Fuvest acontecerá nos dias 5 e 6 de janeiro de 2020.
Foto: Divulgação

A Fuvest divulgou recentemente a lista de convocados para a segunda fase do vestibular, que acontecerá nos dias 5 e 6 de janeiro de 2020.

Uma parte muito importante do exame são as provas de Português e Redação, com uma lista de livros indicados recheada de clássicos da literatura. Confira uma breve resenha de todas as obras para fazer bonito na segunda fase:

Obras nacionais

Poemas Escolhidos, Gregório de Matos (1970)

Apontado diversas vezes como o primeiro grande poeta do Brasil, Gregório de Matos foi um escritor baiano engajado com o movimento Barroco. Em Poemas Escolhidos, coletânea preparada por José Miguel Wisnik, estão o que muitos consideram os melhores poemas do autor.

O livro é uma reunião de todos os ícones emblemáticos de sua obra, desde a satírica até a lírica amorosa e religiosa.

Quincas Borba, Machado de Assis (1892)

Juntamente a Dom Casmurro e Memórias Póstumas de Brás Cubas, Quincas Borba é parte do que é comumente referido como a trilogia de Machado de Assis. O livro conta a história do ex-professor Rubião, enfermeiro e discípulo do filósofo Quincas Borba.

Com a morte de Borba, Rubião recebe uma fortuna como herança e decide se mudar para o Rio de Janeiro. No trajeto, conhece Cristiano Palha e Sofia. Apaixonado por Sofia e pela simpatia de Cristiano, o protagonista se envolve com o casal ao longo da trama.

Claro Enigma, Carlos Drummond de Andrade (1951)

De linguagem rebuscada, Claro Enigma apresenta uma série de poemas divididos em seis seções. A obra é marcada por uma entonação reflexiva e desesperançosa.

Num desprendimento de seu engajamento com o Movimento Modernista, do qual o autor faz parte da segunda geração, Carlos Drummond de Andrade adota um formato clássico em que parte dos poemas são sonetos.  

Angústia, Graciliano Ramos (1936)

O livro conta a história do narrador-personagem Luís da Silva, um funcionário público solitário e angustiado que se envolve com sua vizinha Marina. Misturando fatos do passado e do presente, Luís traça um grande monólogo interior com questionamentos existenciais.

O autor Graciliano Ramos foi um grande romancista brasileiro. Engajado com as questões políticas de sua época, era também conhecido por ser um militante comunista.

Sagarana, Guimarães Rosa (1946)

Carregada de metáforas e sinestesia — cruzamento de sensações dos sentidos —, a famosa obra de Guimarães Rosa reúne contos que se passam na região rural de Minas Gerais. Jagunços, vaqueiros e sertanejos se encontram nas narrativas, e a oralidade da linguagem é exaltada.

Considerado por muitos como o maior escritor brasileiro do século 20, Guimarães Rosa chegou a atuar como diplomata do Brasil na Alemanha.

O Cortiço, Aluísio Azevedo (1890)

João Romão é o dono do cortiço, cenário principal da obra, durante a urbanização da cidade do Rio de Janeiro no século 19. A clássica obra realista elabora sua narrativa a partir dos eventos que acontecem na vida dos habitantes da moradia coletiva e foca nas desigualdades sociais.

Uma marcante característica do livro é a animalização dos personagens. No texto, o retrato e a descrição dos moradores focam no atravessamento de seus instintos sexuais e de sobrevivência. O narrador é onisciente e em terceira pessoa.

Minha Vida de Menina, Helena Morley (1942)

Única obra feminina da lista, o livro apresenta um tom coloquial que aproxima o leitor ao texto. Em forma de diário, a autora, Helena, pseudônimo da escritora Alice Dayrell Caldeira Brant, formata a narrativa com quadros do dia a dia de sua vida na cidade mineira de Diamantina.

Um fator de destaque da obra é a forte presença de polaridades nas instituições que configuram a sociedade da época, principalmente família e igreja. Por meio disso, ela endereça questões de raça, classe, gênero e papéis sociais sem perder o tom leve e confessional do texto, características da escrita em primeira pessoa.

Obras estrangeiras

Mayombe, Pepetela (1979)

Artur Carlos Maurício Pestana dos Santos escreve o romance angolano sob o pseudônimo de Pepetela. O livro foca no personagem central, Sem Medo, e na luta pela liberdade e independência do país cenário da obra.

Considerado um dos maiores romancistas vivos de Angola, a obra de Pestana dos Santos foca nas dinâmicas contemporâneas do seu país de origem e nos links com a história da terra como um todo.

A Relíquia, Eça de Queirós (1887)

A clássica obra do escritor português Eça de Queiroz endereça vários binarismos, principalmente entre o sagrado e o profano, urbano e o rural. Esses contextos distintos são o pano de fundo para a construção do texto que foca na dificuldade de convivência de dois personagens distintos.

Teodorico Raposo, narrador-personagem, tendo se tornado órfão muito cedo, passa a ficar sob a tutela de sua tia Maria do Patrocínio. Vale se atentar aos contrapontos que Queiroz constrói ao retratar uma Paris da segunda metade do século 19, centro cultural da Europa na época, e Coimbra, em Portugal, como agrária e arcaica.