Fernando Almeida/Araguaína Notícias
Em ofício ao prefeito Ronaldo Dimas (PR), no último dia 27, o Sindicato dos Servidores Públicos de Araguaína (Sisepar) cobrou melhores condições de trabalho para os agentes de trânsito. As exigências são colete à prova de bala, adicional de periculosidade (30%) e viaturas caracterizadas.
Ao AN, o presidente do Sisepar, Carlos Guimarães Valares, relatou que após a morte de Agenison (27/05), instalou-se um clima de insegurança entre os agentes de trânsito. “Eles [agentes] estão com muito medo, apreensivos até então. E a insegurança tomou de conta da classe. (....) Não sabem o que fazem com a própria segurança deles.”
O sindicalista também justificou os três pedidos que constam no Ofício. “Não adianta só dar o colete. Tem que dar mais segurança, uma estabilidade melhor para que eles possam trabalhar: equipamentos adequados, viaturas e motos.”
Carlos fez ponderações sobre o treinamento dos agentes e pediu apoio da população à fiscalização no trânsito. “Possivelmente eles precisam ter um acompanhamento mais adequado da própria administração na questão deles se portarem como o ‘tal’. E, a comunidade também até aprender a olhar eles com outros olhos.”
Outro ponto abordado foi o recuo do trabalho dos agentes nas ruas de Araguaína. Entretanto, o sindicalista afirma que a fiscalização continua, mas admite. “Nosso medo como sindicato é que venha acontecer novamente o que aconteceu há um mês atrás. (...) A questão deles está sendo mais educativa.(...) Eles estão muito vulnerável a questão da violência.”
De acordo com o sindicalista, o medo da violência não se restringe apenas aos agentes de trânsito. Servidores de UBS e demais trabalhadores em contato direto com a população também estão vulneráveis. Carlos relatou que um “companheiro” que trabalha no CCZ foi assaltado. Também citou o caso de uma agente de saúde que foi agredida e “tomaram a aliança dela”.
No final da entrevista o sindicalista Carlos disse que os agentes de saúde temem usar os tablets e até objetos pessoais. “ Até os celulares estão com medo de usar, porque eles estão muito vulneráveis aos ladrões. A situação está meio complicada. Hoje o serviço público está muito vulnerável à violência. É exorbitante a questão da violência aqui em Araguaína.” E pediu providência às autoridades.
Resposta da Prefeitura
Em nota a AMTT informou que as cobranças do ofício já haviam sido propostas pelo prefeito Ronaldo Dimas. Sobre de aquisição de colete balístico, explicou que já foi feita a solicitação e que depende de autorização do Exército para o uso. A nota diz ainda que o “adicional de periculosidade foi incluído no Plano de Carreira, Cargos e Remuneração (PCCR) do Quadro Geral. O Município apresentou o valor de 30% para a atividade”.
“Em relação às viaturas, já estão sendo adquiridas. Inicialmente serão quatro motos e dois carros” diz a nota.