Patrício Reis/G1-TO

Uma comerciante da região sul de Palmas resolveu desistir do negócio depois de ter o restaurante arrombado e furtado três vezes nas últimas duas semanas. O estabelecimento fica no bairro Jardim Aureny II, em frente ao ginásio Ayrton Senna. Nesta terça-feira (8), a mulher resolveu fechar as portas e protestar com uma faixa.

A mensagem deixada pela mulher diz: “Senhores clientes, fechamos porque os bandidos venceram”. Segundo Maria dos Anjos, deixar a mensagem foi uma forma de desabafar.

“Foi um desabafo. A forma de dizer como eu me sinto. O meu sentimento está resumido na faixa. Me sinto muito mal, como se não tivesse nenhum valor”, disse. A mulher conta que abriu o restaurante há dois meses e foi alvo dos bandidos quatro vezes no total. Na primeira vez, segundo ela, os criminosos levaram a placa do estabelecimento.

“Na semana passada, na primeira vez que os criminosos entraram levaram alguns eletrodomésticos. No outro dia levaram mais equipamentos, carnes, refrigerantes e botijões de gás. Na terceira vez, depois que eu tinha comprado tudo novamente, eles levaram tudo que dava e destruíram o resto”, afirma.

Maria dos Anjos conta ainda que o restaurante fica em frente ao ginásio Ayrton Senna, que segundo ela é um ponto de venda e consumo de drogas. A mulher disse que procurou a polícia, mas foi informada de que nada podia ser feito.

“Não vou abrir mais um negócio porque não aguento isso. Depois vou procurar um emprego e tocar minha vida. Eu não fui a única que sofreu furtos. Todos os vizinhos do restaurante já foram vítimas e eu fui a única que tive coragem de falar porque todos ficam com medo dos bandidos voltarem.”

A Polícia Militar foi questionada sobre o policiamento na região e sobre o caso da comerciante e disse, por meio de nota, que "o policiamento está intensificado não só no Aureny II, mas em todo estado e vem realizando diversas operações, a fim de dar a população uma maior sensação de segurança".

 

Ainda segundo a PM, de janeiro a novembro foram apreendidas mais de mil armas e quase 5.5 mil pessoas foram presas no estado. Porém, a polícia não mencionou o caso da comerciante na resposta enviada.