A primeira Audiência Pública para discutir sobre a mortandade de peixes no Rio Lontra foi marcada por muitas discussões. Mas a solução foi adiada, por limitações estruturais dos órgãos ambientais em apontar as causas e os responsáveis pelo problema.

O evento realizado na tarde desta quarta-feira (14) na Câmara Municipal de Araguaína contou com representantes da comunidade do bairro JK, da Odebrecht Ambiental |Saneatins, ONGs e Órgãos Ambientais. O Ministério Público Estadual foi convidado, mas não enviou representante justificando conflito na agenda da promotora do Meio Ambiente.

De início o vereador Divino Bethânia, que também é comunicador, mencionou a mortandade de peixes e o despejo de esgoto. Também relatou que esteve no trecho do Rio Lontra onde os peixes apareceram mortos, mas não encontrou outro ponto de lançamento, a não ser o da Odebrecht.

No mesmo sentido, Naturatins, Cipama e a ONG Guardiões do Rio Lontra afirmaram desconhecer qualquer outro ponto de despejo de esgoto no rio. Já a ONG Naturativa e a empresa Odebretch contestaram a informação e asseguraram a existência de despejo de esgoto clandestino.

A gerente operacional da Odebrecht, Sandra Lúcia Leal, afirmou que existe ao menos cinco locais de despejo de esgoto clandestino no Lontra. Inclusive, um deles despeja amônia diretamente no Rio. Ela não revelou o nome de tais empresas e enfatizou que o esgoto lançado pela Odebrecht é tratado e não seria o causador da mortandade dos peixes.

Ilza Bete Nunes, representante da ONG Guardiões do Lontra, cobrou uma solução para o problema e considerou a audiência como positiva por ter envolvido mais pessoas no debate.

Já os órgãos ambientais presentes, apesar de demonstrar interesse, revelaram-se impotentes na apuração da causa da morte dos peixes e identificação dos culpados. Isso por falta de recursos técnicos para fazer análise das amostras já coletadas.

A Câmara montou uma comissão permanente para acompanhar o caso e uma nova audiência será realizada no mês de fevereiro de 2017, no Bairro JK