A Câmara Municipal de Colinas do Tocantins, a cerca de 100 km de Araguaína, instaurou uma Comissão Parlamentar de Inquérito (CPI) para investigar supostas irregularidades na vacinação contra covid-19 no município. O pedido foi aprovado nesta quarta-feira (17) durante a sessão legislativa.

A medida ocorre após a polêmica vacinação de dois médicos veterinários—profissionais que não estão na linha de frente de combate à pandemia—, além de serem jovens e saudáveis.

Dos 13 vereadores de Colinas, 7 deles assinam a CPI que aprovou investigação do prefeito. Em entrevista à TV Anhanguera, o vereador Romerito Guimarães (PT), um dos membros da CPI, disse que a medida busca apurar denúncias de vacinação de pessoas que não estão no grupo prioritário.

“Vamos apurar as denúncias que fizeram vacinação de pessoas fora do grupo prioritário. Por esse motivo, instauramos essa Comissão Parlamentar de Inquérito para investigar as possíveis irregularidades causadas por essa gestão”.

Ao AN, vereador que propôs o requerimento, Augusto Agra, disse que a comissão terá até 120 dias para realizar a investigação. A intenção da CPI é esclarecer a situação da vacinação e cumprir o papel de fiscalizar o executivo.

“Existem também vários indícios que outras classes de profissionais, além dos prioritários foram vacinados. Atendendo a todos os Requisitos de nosso Regimento Interno, da Lei Orgânica Municipal, foi aberta uma CPI, para que seja investigado e esclarecido toda essa situação, evitando o fura-fila. Assim,  cumprindo com o principal papel do Vereador que é fiscalizar e dar uma resposta em respeito a toda a Sociedade, que em um momento tão difícil como esse que estamos passando só espera transparência e respeito com os atos do poder público”.  

Membros da CPI

A “CPI da Covid” vai ser presidida pelo vereador Augusto Agra. Terá o vereador Antonio Pedrosa como relator, e mais três membros, sendo: Romerito Guimarães, Deuline Farias (2º membro), Marcos Valério (Marcão).

Entenda

O caso da suposta vacinação dos veterinários chegou ao conhecimento da 2ª Promotoria de Justiça de Colinas que instaurou uma Ação Cautelar. Inclusive, decisão liminar obrigou a prefeitura de Colinas a respeitar ordem dos grupos prioritários, pessoas com mais de 80 anos, mais sensíveis ao vírus. Pediu ainda que o prefeito apresentasse comprovante de vacinação, caso tenha recebido o imunizante.

O que diz a Prefeitura 

A Prefeitura  de Colinas do Tocantins informou que ainda não foi notificada e aguarda para dar posicionamento sobre o assunto.