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Cinoterapia no HMA: Como cães terapêuticos estão transformando a rotina hospitalar em Araguaína

A cinoterapia é realizada mensalmente no HMA, em parceria com a Companhia de Força Tática do 2° Batalhão da Polícia Militar, que leva os animais para interação com as crianças hospitalizadas

Projeto de cinoterapia no Hospital Municipal de Araguaína transforma rotina de pacientes com sessões mensais de interação com cães.
Foto: ISAC

A cinoterapia, nome dado à terapia que envolve a convivência com cães, traz benefícios diretos no processo de acolhimento de pacientes em espaço hospitalar. É realizada mensalmente no Hospital Municipal de Araguaína (HMA), sendo cuidadosamente planejada como parte das ações voltadas para a humanização. 

“Todos os meses, organizamos a visita dos cães com todos os cuidados de biossegurança necessários, a fim de garantir o bem-estar dos pacientes e dos profissionais”, explica a Dra. Elena Medrado, diretora técnica do hospital, gerido pelo Instituto Saúde e Cidadania (ISAC).

A pediatra também relata que a recepção das crianças é sempre emocionante e encantadora, com interações alegres e afetivas. “É notável a mudança no comportamento dos pacientes. Percebemos que as crianças, antes tristes ou apáticas, ficam mais sorridentes, falantes e animadas. Muitos profissionais também se emocionam ao ver a leveza que esse momento proporciona no ambiente hospitalar”, conta. 

Benefícios terapêuticos

De acordo com a psicóloga Nara Sales, a visita de um cão ao hospital representa um encontro de afeto, confiança e estímulo emocional para as crianças. “Em um ambiente que, muitas vezes, pode ser assustador ou solitário, o contato com esses cães terapeutas traz conforto, reduz a ansiedade, promove sorrisos e pode ajudar até na aceitação de tratamentos”, revela.

A especialista reforça que a cinoterapia é comprovadamente benéfica para a redução dos níveis de estresse, sintomas depressivos e melhora na autoestima. “Temos também outras respostas positivas como melhora na adesão ao tratamento, estímulo motor para pacientes com limitações físicas e redução do uso de analgésicos pela diminuição da dor percebida. A presença dos animais pode ajudar a estabilizar batimentos cardíacos e estimular a comunicação em crianças que estão mais fragilizadas, alcançando onde as intervenções tradicionais não acessam”, pontua. 

Parceria com a PM

Na última visita, a golden retriever Beretta roubou a cena nos corredores do HMA. “Ela é nossa mascote no quartel e super dócil com crianças, além de ser treinada para contatos como este”, conta o comandante da Companhia de Força Tática do 2° Batalhão da Polícia Militar, MAJOR  Fabiano Alexandre da Silva, que reforça também os cuidados na higienização da Beretta para ida ao ambiente hospitalar. 

O comandante conta a história de Beretta desde os primeiros dias de vida. “Ela passou por um rigoroso processo de seleção desde filhote, com foco em características essenciais para a função terapêutica: temperamento calmo, sociabilidade com pessoas e outros animais, obediência a comandos básicos e excelente saúde”, esclarece. 

Apesar de araguainense de coração, a golden é goiana e também tem uma rotina pesada de treinamentos no quartel para encantar a sociedade com seu trabalho.

“Nossa Beretta tem dois anos de treinamento específico conduzido por policiais militares habilitados. No projeto de cinoterapia, em parceria com o HMA, reafirmamos nosso compromisso como Polícia Militar, com ações de acolhimento e cidadania, mostrando que o cuidado com a população vai além da segurança pública, alcançando, com empatia e responsabilidade, os espaços mais sensíveis da sociedade, como os hospitais infantis”, conclui o Major.