Deputados Carlos Gomes (PRB-RS), César Halum (PRB-TO) e Ronaldo Martins (PRB-CE).

Três deputados federais do PRB mudaram de lado e votaram para livrar Michel Temer (PMDB) da acusação de organização criminosa. Na primeira votação em 2 de agosto eles foram a favor da admissibilidade do processo e agora, pouco mais de dois meses após, viraram a "casaca."

Os deputados são Carlos Gomes (RS), César Halum (TO) e Ronaldo Martins (CE) --do PRB, ambos da base governista. O deputado tocantinense, na primeira votação, disse estar há 29 anos na vida pública e afirmou que sempre se pautou "pela coerência, pela transparência e pelo combate à corrupção". Agora, após mudar de opinião, alegou ter sido convencido e votou pela governabilidade.

Entretanto, reportagem do UOL aponta que no intervalo de pouco mais de dois meses os "números" também "mudaram" e os três deputados foram contemplados com R$ 6,8 milhões em emendas. Cita que "em agosto e setembro, o governo federal quitou 100% das emendas parlamentares individuais pagas em 2017 em nome de Gomes e Martins." No caso de César Halum os recursos executados no mesmo período correspondem a 87,4% do total no ano, destaca a reportagem.

Emendas pagas

Conforme o UOL, dentre os três deputados do PRB, apenas César Halum teve alguma despesa paga nos primeiros meses antes de agosto ?pouco mais de R$ 166 mil divididos em quatro pagamentos entre abril e julho. Nos dois meses seguintes, o valor executado foi de R$ 1.921.760. Destaca.

Segundo UOL, nesta votação, nos 15 segundos que cada deputado teve para justificar seu voto, os três foram econômicos. Ronaldo Martins levou menos de um segundo para dizer "sim" e César Halum disse apenas que votava com o relator, o deputado Bonifácio de Andrada (PSDB-MG). Já Carlos Gomes argumentou que votava pelo arquivamento da denúncia para que o presidente "possa responder por todas as acusações que pesa contra ele [...] ao final do mandato".

Primeira votação

A reportagem também destaca que há pouco menos de três meses, no entanto, Martins defendeu a "abertura de investigação" e Gomes, "a oportunidade de [Temer] se defender [na Justiça] e mostrar a sua lisura". E Halum disse estar há 29 anos na vida pública e afirmou que sempre se pautou "pela coerência, pela transparência e pelo combate à corrupção".

Outro lado

Em entrevista ao jornal "Zero Hora", Carlos Gomes disse achar que, desta vez, não daria "mais tempo para trocar de presidente" e que havia risco de "bagunçar todo o país". Ele também afirmou que só recebeu emendas impositivas (obrigatórias) e que nunca negociou voto. "Acho isso nojento."

O deputado tocantinense César Halum disse ao jornal "Folha de S.Paulo" ter sido abordado pelo líder do partido na Câmara, deputado Cleber Verde (MA), para convencê-lo a mudar de ideia. Mas disse ter votado "pelo mal menor", para evitar uma "mudança muito grande". Em relação às emendas, Halum disse a lei que obriga o governo federal a repassar recursos pedidos por parlamentares. "Se não pagar, eu vou no STF (Supremo Tribunal Federal) e faço pagar. É lei, impositiva, né, não?", declarou ao Folha de S.Paulo.

Já p deputado Ronaldo Martins, segundo UOL, não falou diretamente sobre o assunto, mas usou seu perfil no Facebook para tratar do tema. Questionando "qual o melhor momento para mudar o presidente?", ele compartilhou um vídeo no qual o deputado Pr. Marco Feliciano (PSC-SP) diz que, "nesse momento, é pior com ele [Temer], mas pior sem ele".

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http://araguainanoticias.com.br/noticia/33274/halum-muda-e-bancada-do-to-da-seis-votos-para-livrar-temer-da-denuncia-de-organizacao-criminosa/