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Centenas de empresários de Araguaína (TO), a Capital econômica do Estado, fecharam as portas na tarde desta quarta-feira (21) em protesto contra o "pacotaço" abusivo de aumento de impostos proposto pelo governador Marcelo Miranda (PMDB) e aprovado pela Assembleia Legislativa, no dia 29 de setembro. O IPVA e ICMS tiveram os maiores reajustes, nos percentuais de 100% e 70%, respectivamente.

Além de fecharem as portas, os comerciantes realizaram uma caminhada da Praça das Bandeiras, percorrendo toda a extensão da principal avenida comercial, a Cônego João Lima, na contramão, até a Praça do Galo, no setor Entroncamento, com faixas e carros de som. O movimento teve o apoio de entidades como a Associação Comercial e Industrial de Araguaína (ACIARA) e a Ordem dos Advogados do Brasil (OAB).

Para o presidente da Aciara, Manoel de Assis, o cidadão não tem mais condições de bancar os desmandos da gestão pública. "Quem mais vai ser penalizado é a população tocantinense, que vai ter uma pesada carga tributária a partir do dia 1º de janeiro. E nós acreditamos que o cidadão não tem mais condição de bancar isso. Nós esperamos que o governo e a Assembleia revejam isso e cancelem esse pacote de aumentos", disse.

Além de Araguaína, comerciantes da Capital, Gurupi, Araguatins e várias outras cidades também paralisaram as atividades para demonstrar a insatisfação com o aumento da carga tributária. A manifestação faz parte do movimento "Não Mais Impostos"

Palmas

Na Capital, houve também o fechamento do comércio e centenas de pessoas participaram da concentração em frente à Assembleia Legislativa e caminharam até o Palácio Araguaia.

Como foi proposto pelo movimento, seriam entregues ao presidente da Assembleia Legislativa, Osires Damaso, e ao governador Marcelo Miranda, um documento pedindo a revogação do pacote de medidas, que aumentou taxas e impostos, e o retorno do funcionamento do Portal da Transparência.

Porém esta ação não obteve sucesso em ambos os locais. Na Assembleia Legislativa, os participantes estiveram presentes na sessão que ocorria no plenário, mas após a suspensão da sessão, o grupo que representava o movimento não foi recebido pelo Deputado Osires Damaso. O documento foi apenas recebido no protocolo geral da Assembleia. Já no Palácio Araguaia, o grupo de empresários foi recebido pelo secretário-chefe da Casa Civil, Télio Leão Ayres. “Tão logo o Governador retornar de viagem tratarei isso pessoalmente com ele. Acredito que ele vai avaliar as reivindicações e dar o devido encaminhamento”, disse.

Segundo os organizadores, o movimento teve forte adesão por parte do comércio local e pelas entidades representativas do setor de comércio e por entidades classistas. A multidão aos poucos se dispersou prometendo voltar em busca de respostas. Os organizadores do evento classificaram como positiva esta ação e esperarão um retorno do Governo para saber quais medidas deverão ser tomadas.