Educação

Conselho aprova criação de três novos cursos na UFT em Gurupi e Miracema

Pedagogia Intercultural Indígena e Pedagogia da Terra (Licenciaturas) para o Câmpus de Miracema, e Bacharelado em Biotecnologia para o Câmpus de Gurupi

143ª reunião ordinária do Consuni, realizada em 22 de maio de 2025, na Sala dos Conselhos, prédio da Reitoria da UFT, em Palmas
Foto: Karyne Assunção

O Conselho Universitário da Universidade Federal do Tocantins (Consuni/UFT) aprovou, nesta quinta-feira (22), durante sua 143ª reunião ordinária, a criação de três novos cursos de graduação: as licenciaturas em Pedagogia Intercultural Indígena e Pedagogia da Terra, no Câmpus de Miracema, e o bacharelado em Biotecnologia, no Câmpus de Gurupi. A iniciativa reforça o compromisso da UFT em atender demandas sociais específicas e fortalecer a formação profissional alinhada às necessidades do estado.

Pedagogia Intercultural Indígena e Pedagogia da Terra: Inclusão e Atendimento a Demandas Sociais

A criação da Licenciatura em Pedagogia Intercultural Indígena parte de uma demanda histórica dos povos originários da região, conforme ressalta Luciane Silva de Sousa, vice-diretora do câmpus de Miracema e presidente do ´Núcleo Docente Estruturante (NDE) do curso. O reitor da UFT, Luís Eduardo Bovolato, destaca que este curso será ofertado exclusivamente para estudantes indígenas, visando a formação de professores para as escolas indígenas, com um currículo que contempla as especificidades e demandas dessas populações. "É um curso com uma especificidade, porque ele vai ser ofertado apenas para estudantes indígenas", afirma Bovolato.

Já a Licenciatura em Pedagogia da Terra surge de uma demanda do Instituto Nacional de Colonização e Reforma Agrária (INCRA), por meio dos movimentos sociais. Este curso é voltado para as populações assentadas por programas de reforma agrária e para as escolas do campo, levando em consideração as características e necessidades das comunidades que trabalham com agricultura familiar e de subsistência. Luciane Silva de Sousa explica que ambos os projetos foram retomados após anos de discussões e articulações.

 

Vice-diretora do câmpus de Miracema, Luciane Silva de Sousa, e diretor do câmpus de Miracema, Ladislau Ribeiro do Nascimento, durante a 143ª reunião do Consuni (Foto: Karyne Assunção)

O diretor do câmpus de Miracema, Ladislau Ribeiro do Nascimento, enfatiza a inovação e o impacto desses cursos. "Ambos são cursos inovadores e, portanto, cumprem a missão da Universidade Federal do Tocantins, que é contribuir com o desenvolvimento da Amazônia legal de modo sustentável através de práticas inovadoras e comprometidas com a inclusão e com o desenvolvimento social", declara o diretor. Ele pontua ainda que a chegada desses cursos enriquece o câmpus, promovendo a integração e a troca de saberes com novas epistemologias.

Bacharelado em Biotecnologia: Inovação e Mercado de Trabalho em Gurupi

No Câmpus de Gurupi, a aprovação do Bacharelado em Biotecnologia representa um avanço significativo. De acordo com o reitor Luís Eduardo Bovolato, o curso de Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia propôs a criação de uma nova habilitação, reduzindo o tempo de formação de 5 para 4 anos, com o objetivo de formar profissionais mais direcionados para a atuação na indústria.

O coordenador do curso de Biotecnologia do Câmpus de Gurupi explica que a principal motivação para a criação do bacharelado é a demanda da comunidade externa e a crescente visibilidade da biotecnologia em diversas cadeias produtivas

 

O coordenador do curso de Biotecnologia do Câmpus de Gurupi

. "Ao oferecer um bacharelado específico em Biotecnologia, conseguimos formar um profissional com um perfil mais direcionado para laboratórios, pesquisa e desenvolvimento de novos produtos e processos, complementando o foco voltado à indústria que o curso de 'Engenharia de Bioprocessos e Biotecnologia' já oferece", destaca André Felipe da Silva.

Ele ressalta a importância econômica, científica e ambiental do novo curso para a região de Gurupi. "Economicamente, o bacharelado em Biotecnologia é crucial para otimizar a produtividade agrícola e pecuária, agregando valor às agroindústrias locais. Cientificamente, impulsiona a pesquisa e a inovação. Ambientalmente, dada a rica biodiversidade do Tocantins, capacitará profissionais para desenvolver e aplicar soluções biotecnológicas voltadas à conservação e ao uso sustentável dos recursos, incluindo a biorremediação e o monitoramento", destacou.

A UFT, com a aprovação desses novos cursos, reforça seu compromisso com a diversidade, inclusão e inovação acadêmica, buscando atender às demandas sociais e do mercado, e formar profissionais qualificados para o desenvolvimento do Tocantins e da Amazônia Legal.

(*) Karyne Assunção e Luiz Eduardo são estudantes do curso de Jornalismo e cumprem estágio obrigatório na Sucom