
O Conselho Regional de Farmácia do Tocantins (CRF-TO) segue orientando profissionais da área e a população em geral sobre temas importantes relacionados aos cuidados com a saúde. O uso indiscriminado de medicamentos ou procedimentos que “vendem o emagrecimento” em curto espaço de tempo é uma das preocupações do setor da saúde no país.
Após a Agência Nacional de Vigilância Sanitária (Anvisa) anunciar a exigência de receita médica controlada com retenção na farmácia para venda de medicamentos como Ozempic, Mounjaro e Saxenda, o CRF-TO tem reforçado a medida ao setor para conscientizar sobre a comercialização ética e o cuidado com a população. Esses medicamentos, originalmente indicados para tratar diabetes tipo 2, ganharam destaque pelo efeito no controle de peso, o que levou a um boom de uso, muitas vezes sem orientação médica, especialmente por meio de compras online ou redes sociais.
O presidente do Conselho Regional de Farmácia, Maykon Paiva, ressaltou que o trabalho é necessário após um aumento significativo deste tipo de produto. “Só no ano passado, o país importou o princípio ativo suficiente para produzir cerca de 4 milhões de canetas. O Brasil está entre os países do Mercosul com maior comercialização desse tipo de substância”, alertou o presidente.
Ainda de acordo com ele, as canetas foram desenvolvidas originalmente para o tratamento de diabetes, mas a perda de peso observada como efeito colateral acabou popularizando o uso do medicamento para fins estéticos. “O problema está na ampla divulgação por influenciadores nas redes sociais, muitas vezes sem conhecimento técnico e científico, o que leva à automedicação e aumenta os riscos à saúde da população. O uso descontrolado faz com que pessoas que realmente precisam do medicamento não consigam encontrá-lo nas farmácias. A alta demanda elevou o preço da matéria-prima, dificultando a chegada do produto em regiões mais afastadas”, acrescentou.
Diante desse cenário, a nova regulamentação equipara a venda das canetas à de antibióticos: agora, só é possível adquiri-las com prescrição médica e retenção de receita pela farmácia. A medida visa garantir a segurança dos pacientes, evitar a automedicação e assegurar o fornecimento adequado para quem realmente necessita. O CRF-TO orienta a população a buscar sempre a orientação de um profissional da saúde e lembra que o uso de medicamentos sem acompanhamento pode causar efeitos adversos sérios.