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Covid-19: o remédio pode ser amargo, mas é necessário para salvar as pessoas e a economia

O remédio amargo com as restrições no comércio é passageiro, pois com o isolamento das pessoas, o contágio ocorre de forma mais lenta.

Rotatória da entrada do Palácio Araguaia em Palmas
Foto: Pedro Barbosa/TV Anhanguera

A pandemia da Covid-19 pegou o mundo de surpresa no que diz respeito ao combate e enfrentamento do agente causador, o Coronavírus. E desde sua proliferação, o grande desafio dos líderes mundiais tem sido conter a transmissão do vírus, salvar as vidas e também a economia.

Surgiu então, na visão de alguns, o dilema: salvar as pessoas ou a economia. Neste sentido, acreditam que se livrar as pessoas do vírus, mas quebrar a economia, elas vão acabar morrendo de fome, e seria apenas uma escolha. 

Há também aqueles que acreditam na teoria da conspiração e pensam se tratar de um vírus “chinês” fabricado para os “comunas” quebrarem o capitalismo e dominarem o mundo.  Outros negam a existência ou a gravidade da Covid-19, defendem que rotina deve ser seguida, pois afinal é apenas mais uma “gripezinha” ou “resfriado.”

Diante de tantas visões e incertezas, o que fazer, como agir e proceder? Os importantes líderes mundiais, desde a China comunista aos EUA-maior potência econômica do mundo, apontam para a mesma saída: tomar o remédio amargo e encarar os efeitos colaterais para salvar as pessoas e também a economia.

Para encontrar este caminho, tais líderes deixaram as convicções pessoais para ouvirem cientistas, especialistas e autoridades de saúde. Além de estudos, pesquisas e projeções sobre os impactos sociais, econômicos e de saúde. Munidos de tais informações, tiveram consciência da gravidade da pandemia e adotaram medidas duras, visando o resultado eficaz.

A China, por exemplo, isolou a cidade epicentro do vírus, Wuhan com 6,5 milhões de habitantes. Além de colocar em quarentena 40 milhões de habitantes de 13 cidades, nas proximidades. Apesar das medidas severas, registrou mais de 3,2 mil mortes. Mas, segundo anunciou, o país asiático zerou a transmissão do vírus.

Na Itália, onde o número de mortos já supera 6,8 mil, as medidas adotadas são severas. O governo decretou quarentena na região de Lombardia, cuja medida afeta um quarto da população.  Ações para conter o vírus também foram adotadas por Espanha, Reino Unido e também pela Coréia do Sul.

Já os EUA, maior potência econômica do Mundo, as medidas são severas. Vão desde suspensão de voos internacionais, restrição de funcionamento no comércio e medidas para evitar a aglomeração de pessoas. Além da recomendação para as pessoas permanecerem em casa.

Diante de tais exemplos, penso ser prudente o Brasil, o Tocantins e Araguaína adotarem medidas para conter o avanço do Coronavírus. Claro, pondero, tudo precisa ser feito com cautela e manter em funcionamentos os servços essenciais, além do abstecimento do país.  E por um motivo muito nobre: conter o vírus, salvando a vida e a economia.  Essa é máxima, pois nesse primeiro momento as medidas prejudicam a economia, mas “achata” a curva de contágio.

O remédio amargo com as restrições no comércio é passageiro, pois com o isolamento das pessoas, o contágio ocorre de forma mais lenta. Daí a previsão é que se evite o colapso do sistema de saúde, com o número excessivo de infectados e mortos. Neste sentido, após passar a quarentena, as medidas serão revogadas e aos poucos e as pessoas retornarão à rotina, com segurança.

As medidas restritivas são necessárias.  Pois são o remédio amargo, com efeito colateral, mas eficaz para controlar a transmissão do vírus, salvar a vida das pessoas, principalmente de nossos pais, avós e idosos em geral, além de muitos que fazem parte de grupo de risco por diferentes motivos. E, após o efeito inevitável, sãos e salvos todos nós vamos batalhar para recuperar e salvar a economia.