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Deficiência de vitaminas: especialista alerta para riscos silenciosos à saúde

Nutrólogo Jhones Araújo explica como identificar deficiências, os exames indicados e o impacto da nutrição na saúde física e mental

Suplementos e vacinas ajudam a manter o corpo protegido e saudável.
Foto: Cênicas Comunicação

Uma alimentação desequilibrada pode causar mais do que ganho de peso ou cansaço esporádico. A carência de vitaminas essenciais compromete funções vitais do organismo, impactando diretamente na qualidade de vida e na longevidade. A avaliação é do nutrólogo Jhones Araújo, que alerta para os riscos da deficiência silenciosa de vitaminas e para os perigos da automedicação.

Hoje em dia, comemos mais o que está embalado do que o que vem da terra. Esse padrão alimentar, rico em industrializados e pobre em nutrientes, é uma das principais causas das deficiências vitamínicas que vemos no consultório”, explica o médico.

O profissional alerta que os sintomas da falta de vitaminas podem variar de acordo com o nutriente em questão, mas alguns sinais são comuns e facilmente perceptíveis. “Pele seca, queda de cabelo, sonolência excessiva, baixa energia, memória fraca e até alterações de humor são queixas recorrentes que muitas vezes estão ligadas à carência de nutrientes”, destaca.

Ele afirma que o diagnóstico pode ser feito com exames laboratoriais simples, mas ressalta que a interpretação deve ser feita por um profissional capacitado. “Os valores de referência dos laboratórios são baseados em médias populacionais globais, e nem sempre refletem o ideal para cada indivíduo. Por isso, é importante ter acompanhamento médico”, reforça.

Imunidade, cognição e metabolismo em risco

A deficiência de vitaminas impacta diretamente o sistema imunológico, o metabolismo energético, a função neurológica e até o humor. “Quem não cuida da alimentação ou ignora os sinais do corpo pode se tornar mais vulnerável a doenças, como vimos na pandemia de covid-19, quando muitos pacientes com baixa imunidade foram mais afetados”, relembra o nutrólogo.

Segundo ele, as funções cognitivas também são comprometidas. “A memória, o foco e até a capacidade de aprendizado podem ser prejudicadas. É um efeito cascata, o corpo sente, a mente responde.”

Reposição

Entre as vitaminas mais importantes para o organismo estão a vitamina D, importante para a imunidade e saúde dos ossos; a B12 atua na função neurológica; a vitamina C tem ação antioxidante; e o ácido fólico é indispensável à formação celular. A reposição desses nutrientes pode ser feita por via oral, intramuscular ou endovenosa, mas sempre com base em exames e sob orientação médica.

É preciso individualizar. Nem todo mundo precisa suplementar, e para algumas pessoas só a alimentação é suficiente. Mas para outras, como obesos, pessoas com doenças intestinais ou pacientes bariátricos, a reposição se torna essencial”, explica.

O especialista também chama atenção para o papel do intestino na absorção dos nutrientes. “De nada adianta se alimentar bem ou tomar suplementos se o intestino não está saudável. Um intestino inflamado ou desregulado pode comprometer toda a absorção de vitaminas.”

Prevenir é o melhor remédio

Segundo o nutrólogo, a prevenção passa por três pilares, alimentação equilibrada, exames regulares e orientação médica. “Se o paciente tem uma alimentação rica em frutas, verduras, legumes e proteínas de qualidade, já está no caminho certo. Mas ainda assim é importante investigar periodicamente se há carências silenciosas.

A recomendação é que adultos façam exames de rotina a cada seis a doze meses, especialmente em fases de maior estresse, mudanças hormonais, gestação ou após doenças graves. “Cuidar das vitaminas é cuidar da base. É como fazer a manutenção de um carro, se você não verifica o óleo, uma hora o motor falha. O mesmo acontece com o nosso corpo”, finaliza o nutrólogo.