Vídeo de câmara de segurança registrou ação de PMs em Gurupi.

O presidente do Sindicato dos Delegados de Polícia Civil do Estado do Tocantins (Sindepol/TO), Mozart Felix, negou a existência de "guerra " entre as polícias Civil e Militar. Em entrevista ao AN nesta quinta-feira, ele defendeu ainda a legitimidade da ação da PC que resultou na morte do sargento da PM.   Por outro lado, considerou a ação dos militares, suspeitos de homicídios, semelhantes a práticas de "grupo de extermínio".

Ação da PC

Mozart defendeu que ação da Polícia Civil "naquele episódio foi legítima", explicando que a equipe da PC, capitaneada por um delegado, estava na rua para "proceder a diligência de investigação de dois homicídios que tinham acabado de ocorrer."

--E aí, eles se depararam com dois indivíduos numa moto, armados, e que não respeitaram a ordem de parada de uma viatura caracterizada, com giroflex ligado.  Então, a ação policial da Polícia Civil em si foi legítima. Não temos nenhuma dúvida em relação a isso.  Explicou Mozart.

Arma apreendida

Ele frisou ainda que até então a PC não sabia que os dois elementos da moto eram militares, mas apenas "indivíduos" suspeitos de participação nos homicídios e nas tentativas.   Mozart enfatizou também que uma das armas apreendidas com um dos PMs estava com numeração raspada e foi usada nos homicídios.

--Um revólver 38, teve confronto balístico positivo e já temos laudo pericial que determina que é a arma utilizada nos homicídios que tinham acabado de acontecer. (...) Em momento algum foi uma ação contra o policial militar. Foi uma ação que buscava a prisão e responsabilização dos autores de homicídios.  Destacou o presidente do Sindepol.

 Semelhança com grupos de extermínio

Ainda na entrevista, Mozart revelou que a PC investiga outros homicídios com características semelhantes. Disse que não pode fazer juízo de valor sobre as investigações em curso,  mas com base no vídeo em que mostra a ação dos PMs,  considerou haver semelhança com grupos de extermínio.

--Avaliando aquele vídeo.  E você tendo uma arma, um revólver calibre 38,  com numeração raspada, com numeração suprimida, uma moto com placa fria, dois indivíduos numa moto que passavam pela rua e atiravam no camarada que estava andando de bicicleta no meio da rua.  E também cometeram praticaram um homicídio contra uma usuária de droga.  (...) Isso se assemelha a ação de grupo de extermínio. Ação de quem pretende fazer uma espécie de limpeza social.

Conflito entre polícias

Por fim Mozart, defendeu que o rigor da Lei deve ser aplicado a todos e negou a existência de uma "guerra" entre a Polícia Civil e a Militar.

"Não existe uma guerra entre as forças policiais. Nós não enxergamos policial militar como inimigos. E tenho certeza absoluta que os policiais militares não enxergam os delegados ou policiais civis [como inimigos]. Pelo contrário, em todo o estado do Tocantins temos várias ações conjuntas.

Em relação a fala de um PM, durante o velório do colega, que avisou que a guerra "continua", Mozart fez ponderações.

Disse que o teor é preocupante, mas pode ser entendido como "desabafo" de um amigo e que não representa uma posição oficial da PM.  Porém, ele defendeu que o mesmo seja repreendido por incitar a violência.

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