A Polícia Civil indiciou nesta segunda-feira (11) o ex-prefeito de Piraquê, Olavo Júlio Macedo e o atual Secretário Governo, João Ribeiro Lima, por abuso de autoridade e desvio de verbas. O Inquérito aponta os dois como suspeitos de coagir servidores concursados a pedirem demissão por motivação política em 2005.
O inquérito foi presidido pelo delegado Luís Gonzaga da Silva Neto, Titular da Delegacia de Polícia de Wanderlândia, que responde por Piraquê. E contou com o apoio do Delegado Fernando Rizério Jayme, titular da 3ª Delegacia de Polícia de Araguaína.
Segundo o Inquérito, os fatos ocorrem no ano de 2005, quando Olavo assumiu o cargo de prefeito da cidade. As investigações concluíram que Olavo e João teriam coagido servidores efetivos, que apoiaram o adversário João Goiano na eleição de 2004, a pedirem demissão. Isso porque "não serviam para trabalhar na prefeitura", alegavam.
Segundo a investigação, o ex-prefeito Olavo e o seu então secretário João Ribeiro ameaçaram os servidores de que seriam "perseguidos" até o final do mandato. Caso eles "insistissem" em permanecer trabalhando nos quadros do funcionalismo da prefeitura de Piraquê.
Segundo a Polícia, os ex-servidores relatam que foram coagidos a pedirem exoneração, sob graves ameaças por parte do ex-prefeito e seu ex-secretário . Tais fatos foram considerados pelos Delegados de "extrema gravidade". "E os elementos colhidos nas investigações são bastante robustos e claros, indicativos do modo de agir criminoso traçado pelos indiciados", informou a PC.
Além disso, segundo a Polícia, há informações relevantes sobre possível apropriação e desvio de verbas públicas. De acordo com a investigação, a prefeitura estava descontando as contribuições dos salários dos servidores e não estava repassando para o INSS. A Polícia acredita ainda que ocorreu uma negociação "às escuras" visando a liberação de verbas da saúde para supostamente reformar o Hospital de Pronto-Atendimento do Município de Piraquê.
Olavo já respondia a processos na Justiça. Em agosto de 2011 foi preso após acusação do Ministério Público de participar de um esquema fraudulento envolvendo um convênio do município com o banco Matone. Olavo também é acusado de coagir testemunhas na época.