Ação Policial

Fazendeiro morto ao abrir portão de casa em Araguaína foi assassinado por engano, conclui PC

Investigações da Polícia Civil apontaram que a vítima não tinha nenhum envolvimento com o desaparecimento do filho do autor e foi morta por engano.

Crime ocorreu no último dia 2 de janeiro, no setor Dom Orione, em Araguaína.
Foto: AN

A Polícia Civil do Tocantins (PC-TO), por intermédio da 2ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa de Araguaína (2ªDHPP), concluiu nesta quarta-feira, 12, o inquérito policial que apurava as circunstâncias da morte de Jarbas Vilela da Fonseca, de 63 anos, fato ocorrido no último dia 2 de janeiro, no setor Dom Orione, em Araguaína. Na oportunidade, a vítima foi surpreendida com um disparo de arma de fogo, no momento em que abriu o portão de sua residência.

Conduzida pelo delegado-chefe da 2ª DHPP, Guilherme Torres, as investigações resultaram no indiciamento de um homem de iniciais A.A.A, de 55 anos e de seu sobrinho, de iniciais A.C.A, de 28 anos, como sendo os autores do crime de homicídio duplamente qualificado.

Conforme explica a autoridade policial, a vítima Jarbas Vilela, foi morta por engano, uma vez que os autores pensavam que o fazendeiro era o responsável pelo desaparecimento de um dos filhos do indiciado, A.A.A. de 55 anos. “Cumpre ressaltar que, logo após o crime que vitimou o Sr Jarbas, a Polícia Militar conseguiu prender o homem que é suspeito de arquitetar o crime contra o fazendeiro por achar que ele teria matado de seu filho, há cerca de três anos. Posteriormente, em trabalho conjunto entre as Polícias Civil e Militar foi possível identificar e localizar o outro suspeito que também foi preso em flagrante”, disse o delegado.

Ocorre que as investigações da Polícia Civil apontaram que de fato, o filho do autor era quem estava sendo investigado por tentativa de homicídio, bem como pela subtração de R$450,00. “A situação que resultou no homicídio do Sr, Jarbas ocorreu há cerca de três anos, quando o filho de um dos autores foi até a fazenda da vítima supostamente para cobrar uma dívida. Porém, ao perceber a aproximação do homem e que ele estava armado com uma faca, o fazendeiro e sua esposa fugiram da fazendo com medo de serem mortos”, relata o delegado.

Porém, um amigo do fazendeiro ficou na propriedade, deitado em uma rede. Ao chegar à sede da propriedade e pensando que se tratava de Jarbas, deitado na rede, o suspeito desferiu um golpe de faca na vítima Luís Barbosa de Araújo, que mesmo ferido ainda questionou o suspeito de o porquê ter sido golpeado, ao que o autor respondeu que tinha esfaqueado Jarbas.

Ferido e sangrando muito, Luís correu em busca de ajuda. Momento em que o suspeito, invadiu a residência e subtraiu a quantia de R $450 reais, pertencentes ao fazendeiro. “Desse modo, já havia um inquérito aberto pela Polícia Civil para apurar os crimes praticados pelo filho do autor do crime de homicídio”, frisou o delegado.

Após mais de três anos, e ainda pensando que o fazendeiro era o culpado pelo desaparecimento de seu filho, A.A.A se uniu ao seu sobrinho e após, rondar a casa da vítima por vários dias a fim de verificar sua rotina, na manhã do dia dois, ele foi com seu sobrinho em uma moto e parou o veículo na esquina do setor, onde o sobrinho desceu, e foi até a residência da vítima, onde a matou com um disparo de arma de fogo.

“Portanto, é importante ressaltar que o fazendeiro morto foi vítima duplamente, pois teve dinheiro subtraído e ainda foi morto sem que houvesse qualquer indício de que tenha feito algo errado e muito menos contribuído para o desaparecimento do filho do autor, pois na verdade, no dia do crime na fazenda, ele fugiu do suspeito para não ser morto”, assevera o delegado Guilherme Torres.

Após o encerramento do inquérito, o mesmo foi enviado ao Poder Judiciário e ao Ministério Público para a realização das providências legais cabíveis.