Jeová Rodrigues da Silva, 30 anos, tem quase metade da vida dedicada ao São João do Cerrado. Há 14 anos, o auxiliar de inspeção federal em frigorífico se apaixonava pela festa que virou o motivo da sua história. Ele faz parte da quadrilha Explosão AR, que irá se apresentar neste final de semana no Eco Parque Cimba.

"Comecei nas juninas em 2004, na quadrilha Pé Inchado, e nunca mais parei". Ele acredita que herdou esta paixão da mãe, Maria de Lourdes, que dançava em sua juventude. "Era só brincadeira, arraiá de rua. Mas comigo é coisa séria". Jeová faz questão de buscar os amigos e ainda chega mais cedo aos ensaios para dar exemplo.

"Eu busco e deixo todo dia, com minha moto, umas três pessoas. Às vezes os amigos não têm como ir, não tem gasolina, então, eu faço uma correria. Já deixei mais de cinco pessoas em uma noite, em vários setores, como Santa Terezinha, São João, Vila Azul e Lago Sul 1". Os ensaios começam às 7h30 e, geralmente, terminam após a meia-noite.

Tímido, ele diz que no palco a energia o contagia. "É muito diferente estar na frente de muitas pessoas, mas fico muito feliz ao mostrar no que a gente trabalhou o ano todo. É a minha turma, minha segunda família".  Jeová quer ir além e conta que em alguns anos se imagina fazendo parte da diretoria da junina. "Quero fazer carreira. Ser um exemplo para os outros. É amor, é paixão pela cultura".

O tema da Explosão AR neste ano é algo bem familiar para Jeová, que vive o São João há tantos anos. "Reacender a tradição esquecida" traz de volta a fogueira e o casamento como era antigamente. "Evoluir é bom, mas a quadrilha estilizada, com passos, deixou um pouco de lado a tradição. Nós vamos reacender".

A Explosão AR é a mais nova das juninas de Araguaína. Criada em 2016, a junina já conquistou o terceiro lugar no primeiro ano de existência. Em 2018, conquistou o terceiro lugar do 1º Concurso de Casal Cangaço, com Rayssa e Mateus. Também o terceiro lugar para Rainha do São João do Cerrado, com Zayla Farias de Oliveira.