Grupo de candidatos na sede da Justiça Eleitoral em Araguaína.
Foto: AN

Alguns candidatos a vereador de Araguaína ficaram surpresos e inconformados com o resultado das urnas, na Eleição Municipal deste 15 de novembro.  Um grupo formado por seis deles, que não conseguiram se eleger, foi à sede da Justiça Eleitoral nesta quarta-feira, 18, cobrar a “revisão” dos votos.  Ninguém, até o momento, apresentou provas de suposta fraude.

Em comum, eles acreditam que tiraram bem mais votos que os computados pela Justiça Eleitoral. Nesta terça-feira (17) o ex-presidente do CCABA, Joaquim Barros (Podemos) protestou por ter tirado apenas 58 votos e se disse “uma das vítimas do hacker.”

Delegado Laeldo (Pros), que teve candidatura indeferida pela Justiça Eleitoral e ficou com 91 votos, divulgou áudio reclamando dos resultados das urnas. “A grande verdade é que essa é a grande frustração de minha vida. (...) Eu não sou homem de 100 votos (...) Meu trabalho na reta final foi para ter 1.500 votos.”  Protestou. 

Já o grupo dos candidatos não eleitos que esteve na sede do TRE em Araguaína na manhã desta quarta-feira (18), não foi recebido por representantes da Justiça Eleitoral. O objetivo, segundo eles, seria protocolar documento solicitando a recontagem e revisão dos votos, pois acreditam que foram prejudicados.

O suplente Charles Bruno (MDB), que obteve 441 votos, discorda do número computado. Diz que houve falha no sistema e acredita que foi bem melhor nas urnas. “Estamos aqui buscando ao TRE uma resposta ou ao menos o extrato das urnas para a gente poder contar os nossos votos. (...) A gente tem um sentimento de que está errado.” Frisou o candidato, citando uma suposta fraude ocorrida em Palmas.

Irmão Aldeone (PV), que tirou 135 votos, acredita que foi mais votado e se diz “muito triste” com o que aconteceu em Araguaína. “Saí candidato a vereador de Araguaína com um peso forte, uma base boa, 135 votos. Só a minha família [são] 200 pessoas.” Pontua, citando que a expectativa era ter 700 votos.  

O Professor Diogo (Avante), que conquistou 43 votos, acredita que houve um “blackout no sistema” e os resultados computados estão equivocados. “Nós não acreditamos que tiramos essa quantidade de voto. (...) Eu, como candidato, não acredito nesse resultado que aí está.” Reclamou, cobrando transparência.

Outro candidato do Avante, Cleomir Gomes, que teve 55 votos, também discorda da quantia computada na Justiça Eleitoral e fez parte do grupo também. Além de Lú do Bar (Pros), que conquistou 39 votos.  Outros candidatos também estiveram lá, mas a reportagem não conseguiu os nomes deles.

Instabilidade do sistema

O sistema de apuração de votos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) apresentou instabilidade na noite do domingo, 15, o que ocasionou demora da divulgação dos resultados. De acordo com nota emitida pelo tribunal, não houve problema no envio dos dados pelos TREs, mas a compilação das informações que ocorreu de forma mais lenta que o previsto.

Boatos sobre a suposta fraude em Palmas

A suposta fraude que teria ocorrida em Palmas se trata de um boato e já foi desmentido.  A publicação que circula nas redes sociais diz que a candidata Rose Ribeiro (Podemos) aparecia com “1111” votos no início da apuração, após o sistema travar, voltou apenas com 58 votos.

O site Farsa.com fez a checagem e constatou que a imagem foi editada e manipulada.” A imagem foi manipulada digitalmente! Embora sob condições adversas fomos capazes de detectar uma manipulação digital na única captura de tela divulgada como “prova” de uma suposta fraude nas eleições para vereador em Palmas/TO em 2020.” Conclui a publicação.

Nota do TRE-TO

O Tribunal Regional Eleitoral do Tocantins esclarece que o processo eleitoral é totalmente transparente e que não há como alterar os dados inseridos nas urnas eletrônicas pelos eleitores. Para conferir a lisura do processo, basta comparar a soma dos resultados dos boletins de urna, impressos na frente dos fiscais de partidos, ainda na seção eleitoral, com os dados disponibilizados pelo sistema da Justiça Eleitoral.

Como funciona

Ao final da votação, todas as seções eleitorais imprimem um Boletim de Urna (BU). Este relatório contém os votos inseridos em cada urna eletrônica e é um documento público. Uma cópia dele é afixada na seção e outra é entregue aos fiscais de partido que solicitarem. Depois da eleição, a Justiça Eleitoral publica todos os boletins na internet para que qualquer um possa conferir o seu conteúdo.

Caso o candidato tenha alguma dúvida sobre o boletim publicado na internet, basta consultar o boletim impresso que o fiscal do seu partido recebeu em todas as seções eleitorais, eliminando qualquer dúvida quanto a lisura dos resultados.