Agentes da PF na sede no HDO em Araguaína

A Justiça Federal mandou soltar os diretores do Hospital Dom Orione, presos pela PF na última terça-feira ( 5) em Araguaína. Além disso, revogou o mandado de prisão contra um cardiologista, que não havia sido preso.  As informações são do G1 Tocantins.

O diretor técnico, Arnaldo Alves Nunes e o superintendente executivo Osvair Murilo da Cunha estavam presos na CPP de Araguaína. Inclusive, na tarde desta quarta-feira, 6, houve uma vigília de funcionários do HDO em apoio aos diretores.  O advogado deles, Jorge Palma, disse ao AN que havia "equívocos" na investigação e provaria a inocência de seus clientes.

Eles foram ouvidos na noite desta quarta-feira (6) em audiência de custódia por vídeo conferência. Logo após, a Justiça federal decidiu soltar os dois diretores (Arnaldo Alves Nunes e Osvair Murilo da Cunha ).

Além disso, revogou o mandado de prisão contra o cardiologista Juan Fernando Tertones Cácere, que nem chegou a ser preso. Segundo o G1 Tocantins,  a Juiz  arbitrou fiança aos três, no valor de 100 salários mínimos, o equivalente a R$ 93.700.

Prisão

Os diretores do HDO foram presos na manhã desta terça-feira (5) na segunda fase da Operação Marcapasso, deflagrada pela PF. Arnaldo Alves Nunes e Osvair Murilo da Cunha foram surpreendido em suas respectivas residências logo pela manhã por agentes federais.  Uma equipe da PF cumpriu mandados também no Hospital Dom Orione.

Segundo a PF, o suposto esquema criminoso funcionava dentro do HDO e envolvia pagamento de propina. De acordo com delator Cristiano Maciel Rosa, os diretores do HDO teriam arquitetado um sistema destinado à aquisição de OPMEs (Órteses, Próteses e Materiais Especiais), mediante o pagamento de vantagem indevida aos seus fornecedores, tudo custeado com verbas do SUS.

Na delação, Cristiano Maciel Rosa, cita que "o hospital DOM ORIONE recebia um desconto de 10% da ST JUDE, mas cobrava 100% do SUS".Já em Palmas há um mandado de prisão contra o médico Juan Fernando Terrones Cáceres. Ele é cardiologista e atua na rede pública de saúde. E em Belém a PF cumpre mandado contra EB Miranda Ara, gerente da empresa ST. Jude Medical do Brasil Ltda que fornece produtos para o estado do Tocantins.

Segundo o delator Antônio Bringel, a empresa ST Jude era antes representada no Estado pela Cardiomed (empresa do próprio colaborador), ocasião em que, a CARDIOMED fornecia órteses, próteses e materiais especiais diretamente para a Secretaria de Saúde, de modo que, pela operação realizada, a ST. Jude pagava para a Cardiomed, na época, uma comissão de aproximadamente 25% por item vendido.

Destes 25%, 10% deveriam ser repassados aos médicos integrantes do esquema, 5% era destinados ao custeio de impostos envolvidos na operação e os outros 10% eram, de fato, a comissão da Cardiomed como remuneração por cada operação.