Depósito de lixo hospitalar encontrado em Araguaína

O lixo hospitalar armazenado num galpão do Distrito Agroindustrial de Araguaína (Daiara) se acumulou ao longo de quase três meses: da metade de agosto até o fim de outubro.  A informação consta no Inquérito Policial, assinado pelo delegado Romeu Fernandes, que pediu a prisão de João Olinto e das sócias da Sancil, no dia 11 de novembro.

Consta no inquérito que o vigia do local, Paulo Pereira Silva, relatou à Polícia Civil quando o lixo começou a ser armazenado. "Detalhou que por volta de dois meses e meio atrás, teve início uma movimentação de caminhões no local."  Na época ele foi conduzido à PM por estar com uma arma de fogo de fabricação caseira.

As informações dão conta de que caminhões baús, da marca Mercedes Benz, chegavam ao local de cinco em cinco dias.  O lixo era transportado dentro de tambores azuis de 200 litros ou ensacado. Paulo assumiu também que ficava com a chave e a ordem para abrir o galpão era dada por Ludmila, sócia da empresa Sancil.

No Inquérito, o delegado Romeu Fernandes também aponta indícios de que Ludmila e Waldireny seriam  "testa de ferro" de João Olyntho.  Argumentou ser "plausível" que elas "estejam assim agindo por orientação dele e considera que ambas não atendem o "perfil" esperado de dirigentes da empresa do porte da Sancil.  Destacou que Ludimila morou um ano e três meses numa kitnet e Waldireny numa casa simples.

"Ora, ou ambas são verdadeiros prodígios, dotadas de uma sorte ou genialidade extraordinária que lhes permitiram saltar de qualidade de vida num lapso curtíssimo de tempo, ou fazem parte de uma esquema criminoso, emprestando seus nomes para um terceiro ocultar seu patrimônio e provável enriquecimento ilícito". Justificou o delegado Romeu ao pedir a prisão das duas.

Ao justificar o pedido de prisão de João Olinto, o delegado Romeu argumentou que ele possui muita influência  e poderia atrapalhar as investigações. "Possui uma ampla rede de conexões com políticos e empresários do Estado".

Além disso, citou ser ele pai de um deputado e um de seus filhos "foi flagrado recentemente em poder de R$ 500 mil em espécie."

"Motivo pelo qual é razoável crer que, uma vez ciente do andamento das investigações, venha a valer-se de sua influência e poder para obstruir a persecução penal, destruindo provas e intimidando testemunhas".  Justifica o delegado.

As duas sócias já conseguiram Habeas Corpus e se apresentaram à Justiça. Já o advogado João Olinto se apresentou à Justiça essa semana e está preso no Quartel do Comando Geral em Palmas. Luiz Olinto, o homem da mala de R$ 500 mil, também foi preso devido a mandado de prisão expedido pela Justiça.