
Em frente a Assembleia Legislativa (AL), delegados e policiais civis protestaram na manhã desta terça-feira (26) contra o Decreto do Governador Mauro Carlesse (PHS) e o novo Estatuto da Polícia Civil do Tocantins, em trâmite na Casa de Leis. Entretanto, os deputados ignoraram o protesto e ninguém desceu para falar com os manifestantes. Apesar das reivindicações, a manifestação terminou servindo como palanque para críticos e adversários do Governo.
O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha (PSB), derrotado por duas vezes nas eleições para Governador em 2018, subiu ao trio elétrico para discursar. Além dele, o Pastor Nelcivan e cabo da PM, ferrenho crítico do Governo, esteve no local. César Simoni (PSL), ex-secretário de segurança de Marcelo Miranda e que disputou o Governo do Estado ano passado também esteve presente.
Amastha, indiciado por corrupção pela PF, saiu em defesa da manifestação da PC, em Palmas. "Hoje vejo que graças a vocês [delegados e agentes] esse movimento toma muito mais força. Nós temos a obrigação, como cidadãos, de defender nossas instituições." Disse Amastha, negando que está fazendo política.
O pastor Nelcivan ficou conhecido por fazer vídeos em obras paradas, criticando políticos e em boa tarde o Governo. Ele também aproveitou a oportunidade para fazer mais uma gravação polêmica e divulgar nas redes sociais. "O Governador (...) quer colocar uma mordaça na Polícia e não vai conseguir. Você [Carlesse], vai cair." Enfatizou o cabo da PM da reserva.
Manifestação
Em frente à AL, delegados e agentes da PC usavam camisetas pretas com a inscrição "Querem calar a Polícia Civil. A quem isso interessa?". Também protestaram usando placas da constituição e lenços pretos na boca, simbolizando uma "mordaça" em alusão ao decreto que eles chamam de Decreto da Mordaça. O presidente do Sindepol, Mozart Félix, criticou o Novo Estatuto da PC em tramitação na AL.
"É um projeto que visa alterar o estatuto dos servidores da Polícia Civil e há vários dispositivos inconstitucionais. Que violam a liberdade de expressão, a livre manifestação do pensar, a liberdade de opinião que vão dificultar também o acesso da imprensa aos policiais". Disse Mozart.