Relatório do Ministério Público Federal (MPF), que se tornou público nesta quinta-feira (26) traz detalhes sobre ações da "Família Miranda”, até então desconhecidas.  Entre elas, a revelação de que Marcelo Miranda guardava um relatório confidencial sobre os policiais civis do Tocantins que acompanharam o caso do avião de Piracanjuba (GO).

O documento se encontrava no cofre da casa de Marcelo, em Palmas, e foi apreendido pela Polícia Federal em novembro de 2016, na Operação Rei do Gado. Segundo o MPF, no relatório “confidencial” constam informações sobre os policiais civis Marco Albernaz e Vitor Sabará. Inclusive, sobre familiares, no caso, o pai de Vítor.

Ainda segundo o MPF, no dossiê menciona uma “imagem extraída das câmeras do hotel em 16/09/2014” e destaca que foi conseguido  pelo então Secretário de Segurança Pública José Eliu e pelo policial Marco Albernaz.  No relatório a PF aponta que Marcelo Miranda demonstrava interesse pelo “assunto”.

O documento do MPF cita  que  possivelmente Marcelo mobilizou agentes da inteligência do Estado, de “sua confiança”, para levar as informações do relatório confidencial. “A relação de documentos e sua forma de apresentação denotam a utilização de agentes de inteligência policial para a confecção deste dossiê.”  Diz o relatório do MPF, acrescentando.  

"Tais informações, por evidente, só poderiam ter sido levantadas para intimidar e chantagear tais agentes públicos, já que, dos aludidos dossiês constavam informações sobre familiares dos policiais, a fim de que não houvesse qualquer depoimento em seu desfavor". Pontua o relatório.

O Avião de Pirancajuba

Às vésperas da eleição de 2014, quando Marcelo Miranda e Sandoval Cardoso, disputavam o Governo do Estado, a Polícia Civil de Goiás apreendeu o avião com R$ 500 mil em espécie e panfletos com o nome de Marcelo. O episódio ocorreu em 18 de setembro de 2014 e na época quatro pessoas foram presas.

O caso de Piracanjuba causou grande estrago na vida política de Marcelo, apesar de ter vencido a eleição na época. Isso porque em março de 2018 o Tribunal Superior Eleitoral (TSE) cassou o mandato dele e da vice, Claúdia Lélis. Além de determinar a realização de eleição suplementar no Tocantins.

O outro lado

A defesa do ex-governador Marcelo Miranda (MDB), Brito Miranda e José Edmar Júnior, Jair Alves Pereira afirmou que trabalha para reverter a prisão deles e alegou que contra a família Miranda traz "fatos antigos”.

“Estamos trabalhando para resolver. Os fatos são antigos, requentados, que não justificam uma ordem de prisão”. afirmou Jair

Nota da esposa, Dulce Miranda

"A respeito das acusações que pairam sobre meu marido e pai dos meus filhos, Marcelo Miranda, eu não tenho acesso ao processo investigativo. Como esposa, tenho plena convicção da inocência e da integridade dele. Estendo esta mesma confiança ao meu sogro, Brito Miranda, e ao meu cunhado, Júnior. "Dulce Miranda