O Lago Azul de Araguaína, antes restrito, se tornou um espaço mais democrático para os moradores nos últimos anos. Aos finais de semana, o trecho às margens da recente Via Lago recebe centenas de pessoas em busca de lazer. Além disso, se tornou um ponto para novos empreendimentos. Mesmo com esse potencial, uma outra parte do lago, na região do Jardim Paulista, anda ameaçada.
O trecho do lago abaixo da ponte Anjo Gabriel está tomado pela areia e pelo mato. “O lago simplesmente tá sumindo. No lugar de água e vidas aquáticas, tem mato e terra”, como descreve a moradora Liliane Camelo Silva.
Ela procurou a reportagem do AN para chamar a atenção da população e do poder público sobre o assoreamento do lago. Liliane conta que passa pela ponte Anjo Gabriel diariamente há alguns anos, e apesar do verão em julho, nunca viu o Lago Azul tão seco e com tanto mato.
“Era cheio de água. Começou a criar mato. Agora está nesse estado. Um filete de água, porque antigamente era todo cheio. Essa parte do Jardim Paulista para o Lago Sul foi acabando. Tem terra no lugar de água”. Relatou.
A moradora conta que observou a situação piorar do início do ano passado até agora. “A mudança está sendo mais. Não vejo nem uma providência de ninguém para acabar isso. Mas está acabando com o lago, com as vidas aquáticas que tem lá. O outro lado (do lago) tudo bem, mas aqui, eles têm que dar valor aqui também”. Cobrou a moradora.
Problema antigo
Em dezembro do ano passado, a prefeitura de Araguaína anunciou planos para desassorear o lago. Explicou que o assoreamento naquela região do Lago Azul é um problema antigo. O local é fortemente impactado ao receber enxurrada dos setores Bairro São João, Coimbra, Palmas, Itaipu e Residencial Camargo. Esses setores ficam no percurso dos córregos Tiúba e Baixa Funda.
Em meados de 2005, o assoreamento do extinto "buracão da Avenida Filadelfia" agravou o rompimento das encostas, que vai parar na foz do Lago Azul do Rio Lontra, piorando a situação do lago.
Com a palavra, a prefeitura
A Prefeitura de Araguaína informou em nota que "a obra para evitar o assoreamento dos córregos Baixa Funda e Tiúba está em fase de finalização do processo licitatório e será realizada neste semestre. Já a obra de desassoreamento do Baixa Funda tem convênio assinado e, atualmente, o projeto de engenharia está sendo concluído para ser enviado ao Governo Federal.
Parte da areia levada pela água até o Rio Lontra será reintegrada na região para canalização total dos córregos. Além disso, as obras irão proporcionar o surgimento de uma avenida como a Marginal Neblina, ao longo da canalização do Córrego Baixa Funda. A via contará com infraestrutura completa, como calçadas, iluminação, arborização e sinalização".
