Após uma longa espera, o resultado das urnas foi divulgado pelo TSE quase a meia noite do último domingo, 15.  Os vencedores saíram pelas celebrando a vitória. Alguns derrotados culparam o “hacker” pelo fracasso nas urnas e outros, apontaram os verdadeiros responsáveis, mas exageraram no tom ao se expressarem.

Em Araguaína, por exemplo, Joaquim Barros (Podemos) tirou apenas 58 votos e acredita que foi uma das vítimas de um suposto hacker. Em um grupo chegou a defender a recontagem dos votos e levantou desconfiança sobre fraude nas urnas.

Já o candidato “sincerão” de Araguaçu, Raimundo Fernandes (DEM), teve apenas o próprio voto e lamentou ter perdido o voto até de sua mãe.

 “Eu só tive o meu voto mesmo, mas Deus é mais. Deus tem algo melhor para mim, eu creio nisso. (...) não é fácil, a sua própria mãe fazer uma coisa dessa, é doído. Desabafou o candidato em áudio que viralizou em grupos de WhatsApp, conforme o G1.

Segundo Raimundo, a mulher dele, que vota na cidade, estava com problemas no título e não participou do pleito nestas eleições. Entre a mãe, o pai, a irmã, o cunhado, os amigos, os colegas de profissão e as cinco pessoas contratadas para trabalhar na campanha, ninguém votou no servidor público.

Apesar da decepção e das chacotas, ele disse que não procurou saber por qual motivo a família deixou de votar nele. Em relação às piadas que fazem com ele, diz levar numa boa.  Por outro lado, Raimundo diz se orgulhar da campanha limpa que fez e do voto consciente que recebeu.

-- Eles [eleitores] pediam na cara dura, botijão, ajuda pra pagar energia, aluguel. Eu simplesmente falava que eu não podia e nem se eu pudesse, eu daria porque estaria agindo de má-fé e configura compra de voto. O único voto que tirei foi limpo. Não prometi nada para ninguém, fui com a cara e a coragem. Minha consciência está tranquila. Avaliou, em entrevista ao G1 Tocantins.

Nem a decepcionante derrota fez o servidor público Raimundo desistir do sonho de um dia ser o representante do povo na Câmara de Araguaçu.  Disse que daqui a quatro anos ele deve ser candidato, novamente. "Eu não descarto. É caindo, que a gente se levanta", concluiu.