A Fesserto (Federação dos Sindicatos de servidores Públicos do Tocantins) e seus sindicatos filiados decidiram, em reunião na sede da Federação no final da tarde de quarta-feira, 22 de março, manter a mobilização contra a proposta de Reforma da Previdência apresentada pelo governo federal e em tramitação no Congresso Nacional. A decisão foi tomada mesmo após o presidente Michel Temer excluir, ao menos nesta etapa, os servidores estaduais e municipais da PEC 287 (Proposta de Emenda Constitucional n.° 287).
Para a Fesserto e seus sindicatos, o governo federal apenas adotou uma estratégia para dividir o movimento contrário a PEC e, assim, conseguir aprová-la. Para as entidades, obtendo a aprovação da proposta aos servidores federais e aos trabalhadores da iniciativa privada, Estados e municípios, logo depois, serão obrigados a também reformar seus regimes próprios.
"Nós estamos vendo que a estratégia do governo é nos dividir. Ele sabia que do jeito que está não teria como aprovar e por isso fez a retirada dos servidores estaduais e municipais. No entanto, a Federação vai lutar contra essa proposta, pois não podemos deixar o trabalhador da iniciativa privada e os colegas funcionários federais serem vítimas de tamanho retrocesso", destacou o presidente da Fesserto, Carlos Augusto Melo de Olveira (Carlão).
Além disso, Carlão entende que, se a reforma for aprovada, rapidamente municípios e Estados vão fazer as suas reformas também. "Como que será explicado para a sociedade que um trabalhador da iniciativa privada tem que trabalhar 49 anos para receber aposentadoria integral, enquanto um servidor público estadual poderá se aposentar com 30 anos de contribuição? É um argumento muito forte para os governos arrancarem os nossos direitos", frisou Carlão.
Presidente do Sindifiscal-TO (Sindicato dos Auditores Fiscais da Receita Estadual do Tocantins), Carlos Campos reforçou que os sindicatos precisam seguir na luta contra essa reforma, que atinge em cheio os mais humildes. "É bom lembrar que os pensionistas também serão muito prejudicados e podem ter direito a penas metade do que teriam direito hoje", explicou.