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Paraplégica araguainense reutiliza sonda e cobra que prefeitura forneça material

Ela conta que não tem condições de comprar o material e acaba optando pela reutilização, mas corre sérios risco de infecção.

Maria Keila Nunes sofreu acidente que a deixou paraplégica há 2 anos.
Foto: Arquivo Pessoal

A araguainense Maria Keila Nunes Cardoso procurou o AN mais uma vez para relatar o drama que tem vivido desde que sofreu acidente que a deixou paraplégica há dois anos. Cadeirante, ela relata que precisa usar ao menos 6 sondas uretrais por dia para retirar a urina, mas está sem receber o material há quinze dias e acaba reutilizando as mesmas sondas.

No entanto, a reutilização da sonda provocou-lhe uma infecção urinária. Sem condições de saúde, ela perdeu uma cirurgia no Hospital Sarah Kubitschek, em Brasília, neste mês de fevereiro.

Ela conta que não tem condições de comprar o material e acaba optando pela reutilização. Com isso, depende da sonda que é fornecida pela secretaria municipal de saúde de Araguaína.

 

A sondas são descartáveis. Mas eu fico reutilizando. Mês passado fiquei mais de 20 dias usando só uma sonda. Porque atrasou e não me forneceram material. E esse mês já passou mais de 15 dias usando três sondas”. Relatou Maria Keila.

 

Segundo Maria Keila, há dois meses ela vem enfrentando dificuldades para receber as sondas. A última vez que conseguiu foi dia 12 de fevereiro.

 

Dia 12 me forneceram 30 sondas. O indicado é usar uma cada 4 horas. São 6 por dia. Usei elas porque falaram que depois do dia 15 já podia ligar que o material teria chegado. Como não viajei, dia 18 retornei lá e falaram que não tinha nem previsão”.

 

Recentemente ela foi alertada pelo médico dos perigos de reutilização do material, que a deixa vulnerável para contrair infecção bacteriana. “Consultei ontem e o médico falou ‘nossa você não pode de jeito nenhum reutilizar essa sonda. Porque está colocando em risco sua saúde’. É uma coisa que tem que ser colocada e retirada”. Explicou.

Além do kit da sonda, Maria Keila disse que precisa de remédio. Ela relatou que não conseguiu benefício assistencial do INSS e vive de doações e da venda de peças de crochê. Quem puder prestar algum auxílio, o número/WhatsApp (63) 9 9266-1155.

Outro lado

Questionada sobre a falta do material, a prefeitura de Araguaína informou em nota "disponibilizará as sondas (cateter vesical) à paciente, até a próxima quarta-feira, 4".

Segundo a prefeitura, "o material tem alta demanda e foi esgotado antes que a Secretaria da Saúde conseguisse realizar a abertura do novo processo, referente ao ano orçamentário de 2020. O recurso para compra do item já está disponível e o processo está sendo empenhado para a liberação de compra".