A Polícia Civil do Tocantins, por meio da 1ª Divisão Especializada de Repressão ao Crime Organizado (DEIC – Palmas), cumpriu na manhã desta quarta-feira, 3, mandado de busca e apreensão na residência de uma mulher de 20 anos investigada por suposta prática de extorsões em Palmas, no âmbito da operação Renorcrim. As investigações apuram a ocorrência de graves ameaças utilizadas para obtenção de valores de vítimas após encontros previamente articulados em redes sociais.
De acordo com a investigação, a mulher conheceu um homem por meio de rede social e marcou um encontro com ele. A partir de setembro deste ano, segundo relato da vítima, ela passou a exigir dinheiro para não expor o encontro à família e no local de trabalho. Em uma das situações, a vítima chegou a transferir R$3.500,00 para evitar a divulgação, porém as cobranças continuaram. As investigações indicam ainda que a investigada utilizou vários números de telefone para manter as ameaças e pressionar não apenas a vítima, mas também seus familiares.
As investigações identificaram ainda que a mesma mulher figura como investigada em outro inquérito policial, com modus operandi semelhante, envolvendo uma segunda vítima que transferiu mais de R$ 12 mil com o objetivo de impedir a divulgação de um relacionamento íntimo. A reiteração dos fatos motivou a adoção de medidas cautelares para assegurar a coleta de provas e evitar novas ocorrências.
As ameaças teriam incluído alegações falsas, como suposta gravidez decorrente do encontro, exigências de valores adicionais para procedimentos médicos e mensagens enviadas a familiares das vítimas.
A ordem judicial considerou a gravidade das ameaças e o risco de continuidade do crime. Na ocasião do cumprimento do mandado, foram apreendidos dois aparelhos de telefone celular, que passam a integrar as investigações. Embora a prisão preventiva não tenha sido autorizada, a Justiça determinou medidas cautelares, como a proibição de contato com a vítima e seus familiares e a restrição de acesso ao local de trabalho da vítima.
Conforme explica o delegado-chefe da 1ª DEIC, Wanderson Queiroz, as investigações reuniram elementos que mostram a forma de atuação da investigada e a repetição do mesmo método contra diferentes vítimas.
“As informações levantadas ao longo da investigação mostram que a autora utilizava a intimidade como instrumento de pressão, impondo medo e constrangimento para obter vantagem financeira. A reiteração das ameaças, o uso de diferentes números de telefone e o impacto emocional causado às vítimas evidenciam a gravidade da conduta”, destaca o delegado.
Após os procedimentos cabíveis, a mulher foi intimada para prestar esclarecimentos. A operação Renorcrim faz parte de uma estratégia nacional do Ministério da Justiça e Segurança Pública (MJSP) voltada ao enfrentamento de organizações criminosas, fortalecendo a cooperação entre União e estados e o compartilhamento de informações estratégicas.

