Ação Policial

PC indicia pais após morte da filha de 3 anos em parque aquático de Paraíso

Investigações indicaram negligência e levaram ao indiciamento dos pais por homicídio culposo, com aplicação de perdão judicial

Polícia Civil conclui inquérito que apurava morte de criança em Parque Aquático.
Foto: DICOM SSP-TO

 

A Polícia Civil concluiu, nesta quarta-feira (16), o inquérito que investigava as circunstâncias do afogamento de uma criança de três anos em um parque aquático de Paraíso (TO). O caso, ocorrido em 6 de abril, causou comoção na cidade e nas redes sociais do estado. 
 
De acordo com o delegado José Lucas Melo, titular da 63ª Delegacia de Paraíso, a menina estava com os pais, uma tia adolescente e três irmãos no clube quando os genitores deixaram as crianças brincando na piscina infantil e se acomodaram em uma mesa próxima à piscina adulta.
 
“Em certo momento, as demais crianças se afastam e a menina pisa em falso nos degraus e termina se afogando. O fato é muito rápido e as pessoas presentes não percebem. Em razão das cores de seu traje, similares ao da piscina,  demora cerca de 10 minutos até que ela seja encontrada por uma outra criança, que avisa ao pai”, explicou o delegado.
 
As imagens do sistema de monitoramento do local mostraram que a cor do traje da criança, semelhante à tonalidade da água, dificultou sua visualização. “Demorou cerca de 10 minutos até que outra criança a encontrasse submersa e alertasse o pai”, ressaltou José Lucas. A vítima foi socorrida por funcionários do clube e encaminhada ao Corpo de Bombeiros, mas não resistiu após atendimento no Hospital Regional de Paraíso.
 
O inquérito apontou negligência dos pais durante o período sem supervisão, resultando no indiciamento por homicídio culposo. Contudo, o delegado destacou que a legislação prevê o “perdão judicial” em casos em que o sofrimento dos responsáveis torna desnecessária a aplicação de sanções.
 
O próprio resultado do crime acarreta em sofrimento tão grande ao responsável que a sanção perde sentido”, frisou. O caso foi encaminhado ao Judiciário e ao Ministério Público para medidas legais.
 
José Lucas Melo reforçou a importância da vigilância constante a crianças pequenas. “São situações que ocorrem muito rapidamente e que podem, como no caso analisado, ter desfecho trágico, uma vez que sem a supervisão dos responsáveis, a criança pode se deparar com situações de extremo risco, nos quais pode não ter capacidade ou discernimento necessários para avaliar o perigo”. 
O  parque aquático funcionava de forma regular, e não houve menção a falhas estruturais no local.