Aventura, suspense, ficção científica, autobiografias de pessoas ilustres, outros países, planetas e até dimensões, nada é impossível quando estamos falando de bons livros. Mesmo diante de tantas possibilidades, a leitura não anda muito na moda entre os jovens brasileiros. Um estudo do Centro de Pesquisas em Educação, Interdisciplinaridade e Evidências no Debate Educacional (Iede), em parceria com a plataforma de leitura Árvore, identificou que 66% dos alunos que têm entre 15 e 16 anos, nunca leu um livro com mais de 10 páginas.
Ainda segundo a pesquisa, só 9,5% dos estudantes nessa mesma faixa etária leu algum material com mais de 100 páginas. O índice inferior ao de outros países da América Latina, como Chile (64%), Argentina (25,4%) e Colômbia (25,8%). O estudo, baseado em uma análise dos microdados do exame internacional Pisa, estabelece uma associação entre os baixos índices de leitura e uma queda no desempenho dos jovens até em disciplinas como matemática e ciências, o que preocupa quem pensa nos vestibulares.
Segundo o professor de redação do Centro Educacional São Francisco de Assis (Cesfa), Paulo Martins, o Exame Nacional do Ensino Médio (ENEM), por exemplo, exige que o aluno demonstre uma ampla diversidade de conhecimentos, sendo capaz de fazer intertextualidades. Para isso, o colégio tem um método bem definido.
“O professor de literatura trabalha os clássicos da literatura e as escolas literárias. Eu, em redação, trabalho os livros que possam enriquecer o repertório dos alunos. Assim, abordo em sala obras importantes da história, da sociologia e filosofia. Para alcançar uma nota alta, não basta simplesmente dominar a gramática, é necessário que seu texto seja um diálogo com outros textos renomados e, para além da redação, a compreensão textual impacta em todas as disciplinas”, explica o especialista no assunto.
Além disso, a Diretora Geral do Cesfa, Cláudia Cristiane de Andrade garante que todo o corpo docente do Cesfa trabalha a leitura e a interpretação de texto, mesmo até na área de exatas.
“Aqui no Cesfa, o hábito da leitura é muito valorizado na nossa instituição desde as séries iniciais, com leitura coletiva, empréstimos de livros e a leitura dos paradidáticos selecionados por nossa equipe para cada bimestre. No 9º ano do fundamental eles já leem 6 livros por bimestre e isso se intensifica no ensino médio, mas há todo um trabalho para que os livros sejam sinônimo de conhecimento e diversão e não um fardo ou apenas uma obrigação”, afirma. Segundo ela, a aprovação dos alunos do colégio nas faculdades públicas ou de grande renome comprovam o valor da leitura.