Desmatamento ocorre no interior da terra indígena Xerente em Tocantínia.

A Polícia Federal realiza na manhã desta quarta-feira (9) uma operação para combater o desmatamento ilegal no território indígena do povo Xerente, em Tocantínia, a 85 quilômetros de Palmas. A investigação, batizada de operação “KRIKAH”, começou após uma série de flagrantes de transporte de madeira por órgãos ambientais na região conhecida como “Jenipapo”.

As equipes da PF trabalham para cumprir um mandado de prisão e ainda ordens de busca e apreensão em 11 endereços de indivíduos que integram a associação criminosa. 

De acordo com a PF, os mandados foram cumpridos nos municípios de Miranorte, Palmas e Tocantínia, todos expedidos pela 4ª Vara Criminal Federal. A PF ressaltou que além de ser proibido a exploração comercial de madeiras oriundas de terras indígenas, o dinheiro proveniente das atividades ilegais não é auferido por toda a comunidade indígena, mas apenas por poucos integrantes, em prejuízo dos demais.

A investigação teve início após flagrante de transporte de madeira extraída da Terra Indígena Xerente, o que desencadeou os esforços para identificar todos os atores da associação criminosa.

A operação deflagrada pela Superintendência Regional da Polícia Federal no Tocantins, com o apoio da Polícia Militar do Tocantins, tem como principal foco a proteção ao meio ambiente, aos povos indígenas e ao comércio legal de madeira.

Os envolvidos podem responder, na medida de suas responsabilidades, pelos crimes de desmatar, explorar economicamente ou degradar floresta, plantada ou nativa, em terras de domínio público ou devolutas, sem autorização do órgão competente (art. 50-A, da Lei 9.605/98 – Lei de Crimes Ambientais) e por associação criminosa (Art. 288 do Código Penal), cujas penas somadas podem ultrapassar 6 (seis) anos de reclusão.

O nome da operação “KRIKAH” significa Tocantínia em Akwẽ-Xerénte, idioma nativo do povo indígena Xerente.