A renúncia do vice-governador do Tocantins, João Oliveira, nesta quinta-feira (3), foi classificada pelo ex-governador Marcelo Miranda (PMDB) como uma falta de respeito e compromisso ao povo tocantinense, tudo em prol em um objetivo pessoal da família Siqueira Campos. “Cadê o compromisso? Quando foram eleitos é para governar para todos e não apenas para um grupo”, criticou.
Marcelo Miranda disse que é algo inédito no Brasil o vice renunciar primeiro do que o governador. “Como o vice renuncia primeiro que o governador? É para resolver o problema de um único cidadão [Eduardo Siqueira]. Estou pasmo com o que está acontecendo hoje no nosso Estado”, disse o ex-governador.
Para o peemedebista, João Oliveira precisa explicar ao povo tocantinense o que verdadeiramente está por trás dessa renúncia. “O que tem por trás disso? O Tocantins não pode ficar com essa interrogação”, afirmou.
A renúncia de João Oliveira é parte da estratégia arquitetada pelo grupo para que Eduardo Siqueira Campos seja o candidato ao Governo do Estado. Nesta tarde ainda é esperada a renúncia do governador Siqueira Campos (PSDB).
Elegível
Nesta sexta-feira (4) percorreu o Estado a notícia de que um advogado fez uma consulta ao Tribunal Superior Eleitoral e recebeu a resposta de que Marcelo Miranda está apto a disputar as eleições de outubro. Questionado sobre o assunto, o ex-governador disse que tomou conhecimento dessa consulta, mas não tem dúvida de sua elegibilidade. “Será que o PMDB Nacional investiria na minha candidatura se eu não estivesse elegível? Será que a senadora Kátia Abreu estaria conosco no Bico do Papagaio se eu não fosse candidato? Será que eu faria como fez o vice-governador para resolver um problema familiar?”, questionou Marcelo Miranda.
Para o ex-governador, o deputado José Augusto, também do PMDB, é quem anda pregando no Estado sua inelegibilidade. “Ele não merece nem resposta e tenho minhas dúvidas de que lado ele está”, acrescentou.
Marcelo Miranda falou ao AF Notícias, por telefone, enquanto recebia diversas lideranças em sua residência em Palmas, incluindo vereadores, ex-secretários e prefeitos, nesta sexta-feira (4).