Este não é mais um texto jornalístico/ informativo, que começa com um lead e segue estrutura institucional. Apesar da quebra de protocolo, as informações que aqui seguem atendem minuciosamente ao interesse público e retratam um exemplo de como fazer o bem.
No dia 17 de Maio de 2022, como mais um dos muitos casos que são de conhecimento e rotina dos profissionais da saúde, Maria Simone Oliveira, vítima de violência doméstica, foi acolhida no Hospital Regional de Augustinópolis (HRAUG), com ferimentos graves, e devido ao grau de tais ferimentos, foi transferida para o Hospital Regional de Araguaína (HRA) onde não resistiu aos ferimentos e foi a óbito, deixando três crianças aos cuidados da irmã, Solange Oliveira Campelo, mãe de quatro filhos.
No contexto de dificuldade é que aparecem os heróis e diferente das histórias ficcionais, estes não usam capa. A par de toda esta situação, a direção do HRAUG em iniciativa conjunta com os servidores do hospital e parceiros da sociedade civil, promoveu uma campanha durante sete dias com o intuito de angariar roupas, alimentos e brinquedos na intenção de tornar a rotina destas crianças mais leve.
No dia 05 de Janeiro de 2023, a comitiva com arrecadações da campanha, dirigiu-se ao povoado de Ribeirão da Mata, no município de Araguatins onde hoje residem as crianças. A ação mostra a humanização dos servidores do Sistema Único (SUS) tocantinense, que ultrapassa os cuidados hospitalares.
“Não existem medidas para tragédias e sofrimento, mesmo com vidas marcadas pela forma que o pai tratava a mãe, conheci crianças humildes, carinhosas e gratas, crianças estas, que sorriram ao ver brinquedos, roupas, materiais escolares e comida. Venho agradecer a todos os nossos servidores, colaboradores e apoiadores que nos ajudaram a realizar essa ação”, afirmou a diretora geral do HRAUG, Cristiane Uchoa.
O desfecho dessa história é nítido nas imagens que ilustram o texto, mas Solange Oliveira Campelo faz questão de expressar o que sentiu: “não tenho nem palavras para dizer o que sinto. Tudo que recebemos vem em uma boa hora, porque com tantas crianças, tenho dificuldades e necessidades. Deus abençoe a todos que nos ajudaram”, afirmou.
Arthur Oliveira, de 12 anos, não esconde sua preferência entre os presentes: “eu achei muito bom tudo que ganhamos, o que mais gostei foi do material escolar, nem sabia como minha tia ia comprar”.
