Os suspeitos de matar o jovem Herick Luan Pereira de Araújo, de 20 anos, gravaram vídeos torturando a vítima e enviaram para chefes da facção criminosa que encomendou o crime. A informação foi divulgada pelo delegado Eduardo Menezes, que comandou a operação desta quinta-feira (11) que prendeu três suspeitos e apreendeu um adolescente que teriam participação no crime.
Os vídeos teriam sido enviados a presos que têm posições na alta cúpula da facção e mostrariam o rapaz sendo agredido e passando por uma espécie de julgamento. A tortura durou cerca de 12 horas antes de Herick Luan ser decapitado. O laudo cadavérico indica que ele ainda estava vivo quando isso ocorreu.
"Esse encaminhamento de vídeos, na verdade eles formam uma espécie de tribunal virtual. Uma prestação de contas: 'olhe, a vítima está aqui com a gente, nosso alvo está aqui, estamos a disposição', aí há a coleta de informações e o decreto de morte", explicou o delegado.
Os investigadores ainda não sabem porque a vítima foi escolhida como alvo. Há várias linhas de investigação ainda abertas para determinar a motivação. O corpo do jovem foi encontrado em junho dentro de uma casa em construção em Divinópolis do Tocantins.
A operação
A Polícia Civil do Tocantins deflagrou na manhã desta quinta-feira (11) uma operação contra suspeitos de tortura e assassinato na região de Divinópolis do Tocantins. Os agentes cumprem três mandados de prisão, um de internação compulsória de um menor de idade e 13 de busca na cidade. A cidade amanheceu com barreiras nas entradas e cercada por policiais.
A suspeita é de que os investigados façam parte de uma facção criminosa paulista que atua em todo o país. Todos os alvos foram capturados.