Ex-prefeito Carlos Amastha durante coletiva dia 2/04/18.

O ex-prefeito Carlos Amastha se manifestou sobre a Operação Carta Marcada, deflagrada pela Polícia Federal nesta terça-feira, 21. Em vídeo divulgado nas redes sociais, disse que o direito de investigar “é sagrado”, mas assegurou que a PF “iludiu” o juiz a autorizar as buscas e quebras de sigilos.

O direito de investigar é sagrado e é uma obrigação. O que não pode acontecer nesse caso, como aconteceu na Nosotros, é a Polícia escrever um texto para iludir o juiz a dar uma autorização de uma Operação. Criticou Amastha.

Amastha diz que a PF carregou nas linhas do texto para conseguir uma decisão favorável. E com isso, agentes cumpriram mandados de busca e apreensão na casa dele. Além de quebrar os sigilos fiscais e bancários entre 2014 e 2019. 

Isso não pode. Isso é criminoso. Eu apareço novamente como chefe de uma quadrilha. Tem que rir para não chorar.  Vocês leem a peça [decisão]. E quem escreveu aquilo diz que eu mandei cancelar um contrato com uma empresa de locação do Nordeste. Pontuou.

E que mandei fazer isso porque a empresa teria se recusado a dar uma ajuda de R$ 100 mil para o Palmas Futebol Clube. Dá para acreditar gente? (...) Absurdo, joga na lama o nome de pessoas que a gente sabe da (...) retidão.

O ex-prefeito defendeu que a PF investigue e a Justiça “puna” os culpados, mas ponderou. —Não faça julgamento antecipado das pessoas. De mim, que não entrei para isso na política, e nunca vai encontrar nada. (...) Nunca vão pegar que eu tenha feito alguma falcatrua com o dinheiro do povo de Palmas. Finalizou.

Histórico

O ex-prefeito de Palmas, Carlos Amastha, empresários e ex-secretários foram os alvos da Operação Carta Marcada, deflagrada nesta terça-feira (21) pela Polícia Federal (PF) e Controladoria Geral da União (CGU). Ao todo, oito mandados de prisão foram cumpridos e outros 27 de busca e apreensão.

A Justiça Federal também decretou a prisão temporária de quatro ex-secretários de Amasha: Adir Gentil, Christian Zini, Cláudio Schuller e Cleide Brandão.  Além destes, foram alvos de prisão quatro empresários: Marco Zancaner Gil, Luciano Valadares Rosa, Carlo Raniere Soares Mendonça e José Emilio Houat.

O juiz substituto da 4ª Vara Federal do Tocantins, João Paulo Abe, também decretou que a quebra do sigilo fiscal e bancário do ex-prefeito Carlos Amasha, entre 2014 e 2019. Também determinou à PF fazer buscas e apreensões na  residência do ex-prefeito em Palmas..  A operação investiga suposto esquema criminoso, formado por três núcleos [agentes políticos, funcionários públicos e empresários], que teria causado prejuízo de R$ 15 milhões aos cofres públicos de Palmas.