
O avião que caiu neste domingo (24) em Porto Nacional com quatro jogadores do Palmas Futebol e Regatas, o presidente do clube e o piloto já tinha se envolvido em outro acidente aéreo. Em 17 de agosto de 2014 a aeronave sofreu 'danos substanciais' depois que o piloto se esqueceu de acionar o trem de pouso no momento da aterrisagem durante um treino.
Não há qualquer indicação de que o acidente anterior tenha contribuído de qualquer forma para a queda da aeronave neste domingo (24).
A informação consta em um relatório da Aeronáutica sobre o acidente de 2014. O documento é público e pode ser consultado por qualquer cidadão. Os investigadores daquele caso relataram que o "A aeronave decolou do Aeródromo Piquet (SSGP) para o Aeródromo Botelho (SIQE), ambos na cidade de Brasília, DF, com um piloto a bordo, a fim de realizar treinamento de tráfego visual".
Quando estava prestes a aterrissar, o piloto teria ignorado alarmes que soavam indicando que o trem de pouso não estava abaixado e então atingiu o solo com a fuselagem da aeronave. O nome do tripulante não aparece no relatório da Aeronáutica.
O piloto saiu ileso do acidente, ele era a única pessoa a bordo. Imagens que estão anexadas ao relatório mostram que as hélices do avião ficaram danificadas após a queda. Na época, o acidente foi atribuído a falta de atenção e experiência do piloto. O relatório encerrou o caso em 2015 sem fazer nenhum tipo de recomendação relacionada ao aparelho.
O acidente com o time
A queda do avião foi logo após a decolagem, por volta das 8h30 deste domingo (24). Os relatos das testemunhas indicam que o choque com o solo foi segundos após a tentativa de levantar voo e que logo em seguida houve duas explosões.
O avião levaria os jogadores e o dirigente do Palmas para Goiânia. A equipe enfrentaria o Vila Nova, pela Copa Verde. A partida foi adiada.
Seis pessoas estavam a bordo do avião. Nenhuma delas sobreviveu. A aeronave era pilotada por Wagner Machado Júnior, que tinha mais de 30 anos de experiência em aviação, segundo um amigo próximo. O presidente do Palmas Futebol e Regatas, Lucas Meira também estava a bordo.
Os outros quatro ocupantes são atletas do time. O goleiro Ranule, o lateral-esquerdo Lucas Praxedes, o zagueiro Noé e o atacante Marcus Molinari. Nenhum deles tinha estreado pelo clube ainda, já que tinham sido contratados neste início de ano.
Os representantes do Sexto Serviço Regional de Investigação e Prevenção de Acidentes Aeronáuticos (Seripa VI) estiveram, na manhã desta segunda-feira (25), no local da queda do avião para começar a investigação do caso.
Os quatro atletas que estavam na aeronave embarcaram no avião porque testaram positivo para a Covid-19. O período de isolamento deles terminaria neste domingo (24) e por isso o time optou por enviá-los na aeronave de pequeno porte. A ideia era que eles participassem da partida da segunda-feira (25), já que estariam aptos para entrar em campo. Os outros integrantes iriam em um voo comercial no final da tarde do domingo. Com a tragédia, todas as viagens foram canceladas.