Arisneide Xavier dos Passos Clarindo, a Missionária Arisneide
Foto: Fernando Almeida/Araguaína Notícias

A lisura da eleição do Conselho Tutelar de Araguaína, ocorrida dia 6, está sendo questionada por um grupo de 10 candidatos. Eles inclusive  protocolaram denúncia ao Ministério Público pedindo anulação do processo e a impugnação de quatro eleitos.  Uma das candidatas afirmou ter perdido 23 votos após recontagens na “surdina”.

 A 8ª suplente, Arisneide Xavier dos Passos Clarindo, a Missionária Arisneide,  disse que o processo eleitoral feriu os princípios da legalidade, moralidade e impessoalidade, que regem a administração pública: “Todos esses princípios foram violados. Foram maculados de morte.” Afirmou, assegurando ter as provas.

 Entre as denúncias, uma se trata do resultado de sua votação que apurou 667 votos, mas segundo afirmou, caiu para 644-diferença de 23 —após recontagens. “Só publicam, mudam e não tem nenhuma explicação. Eles fazem a recontagem na ‘surdina’, sem a minha presença e sem a presença dos candidatos. (...) Nos proíbem de participar dessa recontagem.” Disse Arisneide, em entrevista ao AN.

Ela relatou ainda que devido aos problemas em urnas e mudanças nos locais de votação, muitas pessoas deixaram de participar da escolha dos conselheiros tutelares.  Nas contas de Arisneide, sua votação seria bem maior. Isso porque, conforme o relato, além de perder os 23 votos, 182 pessoas mandaram mensagens reclamando que não conseguiram votar. “Eram eleitores meus.” Assegurou Arisneide.

Por outro lado, Arisneide disse que alguns  apadrinhados políticos se elegeram com facilidade. “Quem tinha a máquina pública a seu bel prazer, foi eleito. Está lá. E a maioria nem muita campanha fez.  Não fez calo nos pés como eu fiz e outros colegas nossos fizeram.” Denunciou, acrescentando que 'certamente houve fraude na eleição'.

O grupo de 10 candidatos que pediu a anulação da eleição apresentou as provas do Ministério Público no último dia 9. Entregaram as provas, como fotos de boca de urna, de apadrinhamento político e religioso.  Também pediram a impugnação de quatro candidatos eleitos.

O outro lado

O Conselho Municipal de Defesa da Criança e Adolescente (CMDCA) informou que algumas zonas eleitorais numerosas tiveram sessões divididas pelo Tribunal Regional Eleitoral (TRE) entre os locais de votação. A desagregação foi rapidamente solucionada com a realocação das urnas para o local previsto, com orientação do TRE. Durante o período de realocação foram disponibilizados veículos para deslocar os votantes até às escolas onde estavam suas respectivas seções e, assim, manter as intenções de voto.

Sobre a apuração dos votos, o CMDCA comunicou que todo o processo foi acompanhado e fiscalizado por um representante do Ministério Público. A contagem manual dos votos foi realizada por duas vezes para manter a clareza do processo e a recontagem não alterou o resultado dos eleitos como conselheiros titulares. Os comprovantes de votação estão disponíveis para recontagem e qualquer pessoa pode interpor recurso contra a votação e apuração até esta quarta-feira, dia 9.