PF cumpriu mandados de prisão de 11 médicos.
Fernando Almeida/Araguaína Notícias

Nesta terça-feira (7) a PF prendeu 11 médicos cardiologistas do Tocantins, suspeitos de envolvimento em esquemas de corrupção na área da saúde. Todos são investigados na Operação Marcapasso e tiveram as prisões decretadas pelo Juiz João Paulo Aibe, da 4ª Vara Criminal Federal de Palmas. Somente uma empresa de Araguaína pagou R$ 4,3 milhões em propina a 18 médicos.

Segundo o Ministério Público Federal, o esquema envolvia médicos, empresários e servidores da Secretaria de Saúde. E funcionava com pagamento de propinas, superfaturamento de materiais e fraudes em licitações. A máfia foi descoberta após a prisão de um empresário, que delatou à PF todo o funcionamento do esquema.

Segundo o G1, os médicos presos são: Andrés Gustavo Sánchez Esteva, Antônio Fagundes da Costa Júnior, Carlos Alberto Figueiredo Novo, Fábio D"ayala Valva, Genildo Ferreira Nunes, Ibsen Suetônio Trindade, Leandro Richa Valim, Marco Aurelio Vilela Borges de Lima, Silvio Alves da Silva, Rafael Iassuda de Oliveira e Henrique Barsanulfo Furtado. A prisão preventiva de Fernando Motta, também foi decretada, mas ele estaria em viagem para o exterior e ainda não foi encontrado.

Uso de equipamentos públicos

De acordo com a Polícia Federal, os médicos investigados usavam equipamentos do Hospital Geral de Palmas (HGP) em clínicas particulares. Segundo o superintendente regional da PF no Tocantins, Arcelino Vieira, alguns equipamentos já foram inclusive danificados.

Na decisão que deferiu a prisão dos envolvidos, diz que um dos equipamentos é um aparelho de hemodinâmica de grande porte, o qual faz exame que identifica obstruções das artérias ou avalia o funcionamento das válvulas e do músculo cardíaco.

Esquema de propina

Além disso, segundo a PF, havia um esquema de pagamento de propina aos médicos. A investigação aponta que a empresa Cardiomed, propriedade de médicos, fornecia materiais para cirurgia de emergência do SUS e PlanSaúde.

Segundo a PF, a empresa que tem sede em Araguaína pagou R$ 4,3 milhões de propina a 18 médicos.

Os delatores Antônio Bringel e Cristiano Maciel contaram que a empresa pagava mensalmente entre R$ 80 mil até R$ 100 mil para três cardiologistas. Isso para que eles indicassem o uso de materiais vendidos pela empresa.

A Justiça Federal determinou o bloqueio de mais de R$ 7,2 milhões em bens dos suspeitos. Esta é a soma do dinheiro que eles teriam recebido indevidamente, sendo que R$ 4,3 milhões se referem à propinas supostamente recebidas por médicos. As prisões temporárias têm prazo de 3 dias. O juiz determinou ainda a Polícia Federal que apresente resultado das diligências em até cinco dias após o cumprimento dos mandados.

Lista de médicos investigados Respostas

O Conselho Regional de Medicina do Tocantins disse que ainda não foi informado oficialmente da operação. Lamentou o envolvimento de profissionais na operação, e que caso seja constada ilegalidade, espera que a Justiça cumpra seu papel.

Em nota, a Secretaria de Estado da Comunicação (Secom) informou que os órgãos da administração estadual estão colaborando com a investigação. Disse ainda que vai aguardar o fim das investigações para tomar as providências em relação àqueles que tiverem participação comprovada.

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