O empresário Robson Dias Lima, dono de Despachante em Araguaína, é um dos presos da 2ª fase da Operação Dolos, deflagrada na manhã desta quarta-feira (17) pela Polícia Civil e o Gaeco. Os outros dois são os servidores do Detran de Tocantinópolis Alexandre Pereira e Emagno Torres Sobrinho.
Eles são suspeitos de participar de um grupo envolvido em fraudes no Detran-TO por meio de clonagens e emplacamento de carros roubados. O grupo teria emplacado 300 veículos de forma irregular. Segundo a investigação, o esquema tinha ramificação nos Estados do Maranhão, Pará e Rio de Janeiro.
—Trata-se de uma quadrilha interestadual (...) que tinha como propósito legalizar no Estado do Tocantins centenas de veículos roubados. Esses veículos eram roubados em outros estados e um membro do grupo do Rio de Janeiro encaminhava os documentos pra cá com a foto do chassi, já adulterado, clonado do veículo. Explicou o delgado Rossílio Correia, acrescentando.
—Por meio desse Despachante aqui do Tocantins, com a ajuda de um servidor do Ciretran, eles realizam emplacamento de forma fraudulenta desses veículos. Esse fato gerava um enorme prejuízo para os cofres públicos do Estado. Complementou.
A PC aponta o empresário de Araguaína como sendo o mentor intelectual do grupo e esta é a segunda vez que Robson é preso. O papel dele, segundo a Polícia, era receber os pedidos de outros estados, fazer o serviço junto ao Detran e encaminhar os documentos já prontos.
—Essa pessoa era o mentor intelectual, líder do grupo, com ramificação com um monte de gente. Ficou configurado na investigação de forma inconteste. (...) Recebimento em altas quantias em dinheiro para fazer essas fraudes aqui no Tocantins e emplacar esses veículos. Afirmou o delegado responsável pela Operação, detalhando.
—Ele recebia os dados (...) com base nesses dados, ele montava o processo no Despachante e encaminhava a este servidor. E esse servidor fazia a transferência do veiculo. Isso ficou comprovado de forma bem clara com a quebra de sigilo telefônico.
A investigação aponta que para “esquentar” os veículos roubados o grupo utilizava o número de chassi de carros novos, ainda nas concessionárias. Estas, por sua vez, só percebiam quando vendiam os carros e iam fazer o emplacamento para entregar ao proprietário.
Segundo a PC, só uma transferência bancária entre integrantes do grupo foi no valor de R$ 100 mil.
O outro lado
A defesa do empresário Robson Dias Lima afirmou desconhecer o teor da investigação, mas negou que seu cliente participava de atividade criminosa. O advogado Carlos Áthila explicou ainda que o empresário fazia apenas serviço de atividade de sua empresa, mas sem irregularidades.
—A gente não teve acesso as acusações que foram objeto fase dessa Operação. (...) Então a defesa ainda não sabe do que se trata (...) A gente vai tomar pé de toda a situação para depois tomar as medidas cabíveis. Pontuou, complementando.
—O que ele [Robson] sempre falou é que recebia a ordem de serviço de outras pessoas e ele só as executava. Ele atuava como mero Despachante. Não tem envolvimento. A atividade fim dele é Despachante e não criminosa. (...) Ele vai tomar ´pé da situação, para fazer a defesa e explicar para toda a cidade o que vem acontecendo. Finalizou o advogado.
A reportagem não conseguiu contato com a dessa dos outros dois citados, mas o espaço fica aberto para a manifestação deles.