Ação Policial

Motorista envolvido no acidente que matou pai e bebê em Araguaína é preso e autuado por homicídio doloso

Condutor apresentava sinais de embriaguez, tentou fugir do local e foi autuado por homicídio doloso após colisão que matou pai e filho na BR-153

Momento em que o motorista do Ford Ka é preso pela PRF após acidente na BR-153 que resultou na morte de um pai e de um bebê de dois meses, em Araguaína.
Foto: AN

A Polícia Rodoviária Federal (PRF) prendeu o motorista do Ford Ka envolvido no trágico acidente ocorrido neste domingo, 14, em Araguaína. Segundo a Polícia Civil, o condutor apresentava visíveis sinais de embriaguez e tentou fugir do local sem prestar socorro às vítimas, mas foi contido por populares até a chegada da polícia.

O homem, que trabalha como mecânico de automóveis, teve o nome não divulgado. Uma foto registrada no local mostra o exato momento em que ele é preso pela PRF.

A tragédia ocorreu no perímetro urbano da BR-153, entre a Vila Couto Magalhães e o setor Barros, em Araguaína. O Ford Ka atingiu a traseira de uma motocicleta Honda Pop, que foi arremessada para fora da pista. O impacto matou o condutor da moto, identificado como Caio Pinheiro Rocha, de 22 anos.

Na garupa estava a esposa de Caio, Winglidy Soares Magalhães da Silva, de 20 anos, que transportava o filho recém-nascido em um bebê-conforto. Com a violência da colisão, o bebê, Pietro Gael Pinheiro Magalhães, de apenas dois meses, morreu ainda no local.

Winglidy Magalhães sobreviveu ao acidente, sofreu ferimentos graves e foi socorrida por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu). Ela foi encaminhada ao Hospital Regional de Araguaína, onde permanece internada.

O velório de Caio Pinheiro Rocha e do bebê Pietro Gael ocorre na Igreja Católica da Vila Cearense, em Araguaína.

O motorista do Ford Ka foi preso e autuado por homicídio doloso, por ter assumido o risco de causar a morte. Ele foi encaminhado à Casa de Prisão Provisória de Araguaína (CPPA).

Dinâmica do acidente

Em entrevista, o delegado da Polícia Civil Felipe Crivellaro afirmou que a dinâmica do acidente indica que o motorista conduzia o veículo em velocidade incompatível com o trecho urbano da BR-153.

“Havia indicativo de que o condutor estava em alta velocidade. Não havia marcas de frenagem na pista, o que indica que ele, nem antes e nem durante a colisão, acionou os freios do seu automóvel”, pontuou o delegado.

Sinais de embriaguez

O delegado acrescentou que não foram encontradas marcas de frenagem, apenas vestígios de fricção, o que indica que a motocicleta foi arrastada após a colisão. As vítimas foram arremessadas a cerca de 15 metros do local do impacto.

Felipe Crivellaro destacou ainda que o motorista apresentava sinais evidentes de embriaguez.

“Além disso, tem a situação da embriaguez, que era patente, era visível. Ele tentou fugir do local, não prestando socorro às vítimas. Felizmente foi contido por populares, que o mantiveram no local até a chegada da PRF”, detalhou.

Segundo o delegado, o condutor confessou à PRF que havia “tomado umas latinhas de cerveja”. Ele também se recusou a realizar o teste do bafômetro. Os policiais constataram ainda que um dos pneus do veículo estava em estado irregular, conhecido como “careca”.

Autuado por homicídio doloso

Por fim, o delegado informou que, diante do conjunto de fatores embriaguez, velocidade excessiva, condições da via, estado do veículo e tentativa de fuga o motorista foi autuado por homicídio doloso, na modalidade de dolo eventual, quando o condutor assume o risco de causar a morte.

A PRF, a Perícia Técnico-Científica e o Instituto Médico Legal (IML) estiveram no local para os procedimentos legais. O caso segue sob investigação da Polícia Civil. A defesa do motorista não foi encontrada para se manifestar sobre os fatos e o espaço permece aberto para publicação de notota ou versão do condutor.