Shirley Rodrigues Segurado, de 33 anos, foi encontrada morta no chão de uma casa de palha no Brejão.
Foto: AN

O assassinato de Shirley Rodrigues Segurado, de 33 anos, cometido pelo próprio companheiro no povoado Brejão, perto de Araguaína, acende mais uma vez o alerta às mulheres vítimas de violência. Já é o terceiro caso de feminicídio investigado pela 2ª DHPP de Araguaína neste ano. E segundo a PC, nenhuma das três vítimas registraram denúncia contra seus agressores.

A Polícia Civil informou que o companheiro de Shirley, que não teve o nome revelado, se entregou nesta segunda-feira (19) e confessou as agressões contra a companheira que resultaram na morte dela.

O homem, também de 33 anos, disse à polícia que não estava conseguindo conviver com o sentimento de culpa pelo que tinha ocorrido.

Segundo o delegado Guilherme Torres Coutinho, da 2ª Divisão de Homicídios e Proteção à Pessoa (2ª DHPP) de Araguaína, o caso de Shirley soou alerta na delegacia.

O feminicídio contra ela foi o terceiro deste ano tendo em comum o fato de que nenhuma das vítimas – mesmo possuindo histórico de violência doméstica –nunca registraram sequer um boletim de ocorrência sobre as agressões sofridas. No ano passado foi registrado apenas um caso de feminicídio.

WhatsApp para denúncias

A delegada regional da Polícia Civil, em Araguaína, Ana Maria Varjal, afirma que para evitar ser alvo de reiteradas formas de violência doméstica e de feminicídio é preciso que a mulher denuncie o agressor.

A denúncia é essencial para que a Polícia Civil possa agir”. Diz a delegada que colocou à disposição mais um número para facilitar denúncias.

Em razão dos três feminicídios já registrados neste ano em Araguaína contra um em todo o ano passado, a Delegacia Regional da Polícia Civil destinou para a 3ª Delegacia Especializada de Atendimento à Mulher (3ª DEAM) um número de whatsapp (63) 3411-7310 para facilitar o recebimento de denúncias”.

Para efetivar a denúncia, tem que ser informado o nome da vítima e o endereço para que a equipe da Polícia Civil entre em contato.

Outros casos

Elielda Maria de Assis, 44 anos, foi a primeira vítima de feminicídio este ano em Araguaína. Ela foi alvejada com tiro no abdômen, dentro de casa na tarde do dia 1º de janeiro deste ano, no setor Palmas. O esposo dela, Cícero Alves Barroso, de 43 anos, foi preso dois dias depois do crime, bebendo em um bar no setor Céu Azul.

A segunda vítima de feminicídio foi Elizânia dos Santos, 40 anos, assassinada a facadas dentro da própria casa em 24 de fevereiro deste ano, no setor Parque Bom Viver. O acusado pelo crime foi o ex-marido Wilton Rodrigues Rosa, preso em flagrante.