Programa Pesquisa para o SUS do Ministério da Saúde está sendo desenvolvida no Tocantins por meio da Fapt.
Foto: Wilson Rodrigues

Um estudo cientifico aponta que alguns produtos alimentares como carne, queijos, ovos e pescados podem causar intoxicação e infecção alimentar caso não siga as normas de inspeção municipal, estadual e federal que exige algumas regras de manipulação dos produtos. É o que revela uma pesquisa que avalia as bactérias capazes de causar doenças transmitidas por alimentos em produtos de origem animal, além da sua resistência aos antibióticos.

O estudo faz parte do PPSUS – Programa Pesquisa para o SUS do Ministério da Saúde e está sendo desenvolvida no Tocantins com o apoio do Governo do Estado por meio da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt).

Segundo o Presidente da Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), prof. Dr. Márcio Silveira, “a pesquisa cientifica tem um impacto direto na sociedade e desta forma o governo através da Fapt está fomentando estes trabalhos, além de amparar os cientistas do Estado para que possam desenvolver seus trabalhos, mostrar seu talento e conhecimentos através dos estudos”, explica.

Em fase preliminar, o trabalho é liderado pelo Pós Doutor em Ciência Animal que atua na Escola de Medicina Veterinária e Zootecnia - EMVZ da UFT (Universidade Federal do Tocantins), Prof. PhD, José Carlos Ribeiro Júnior. Segundo o pesquisador, o estudo envolve os três pilares da Universidade: ensino, pesquisa e extensão. Conta com a participação de uma equipe multiprofissional com veterinários, farmacêuticos, enfermeiros que contabilizam 17 pessoas, sendo quatro alunos de mestrado, três acadêmicos de iniciação científica e três técnicos. Além de seis pesquisadores, sendo três do Tocantins (UFT) e três da Universidade Estadual de Londrina (UEL).

Fases da Pesquisa

A pesquisa será desenvolvida em fases. Segundo o pesquisador Ribeiro, na primeira fase serão analisados os riscos microbiológicos (bactérias causadoras de doenças) e a presença de micotoxinas (toxinas produzidas por fungos) em produtos de origem animal (carne, leite, queijos, ovos e pescados) comercializados informalmente.

Na segunda fase serão investigados os genes que codificam a patogenicidade aos seres humanos que consumirem os produtos sem inspeção, ou seja, identifica a gravidade da infecção.

Na terceira fase será analisada a resistência das bactérias patogênicas aos antibióticos, que podem influenciar negativamente na efetividade do tratamento médico-hospitalar de doenças transmitidas por alimentos.  A quarta fase irá verificar a semelhança genética dos isolados de bactérias patogênicas, identificando a epidemiologia dos patógenos no contexto ambiental do estado do Tocantins, para verificar as fontes de contaminação desses produtos, de forma a identificar e prevenir o risco, garantindo a saúde dos consumidores.

 “Será averiguado ainda a patogenicidade por métodos de biologia molecular e existência de toxinas produzidas por fungos nos alimentos avaliados que podem causar intoxicação ao indivíduo. Uma análise que será realizada em parceria com o Laboratório de Nanobiotecnologia da Universidade Estadual de Londrina (UEL)”, explicou o pesquisador Ribeiro. 

Ressaltou ainda que os resultados serão utilizados para produzir material de treinamento para agentes de fiscalização do comércio de alimentos (vigilância sanitária) de Araguaína e órgãos afins visando a conscientização dos consumidores para coibir o comércio de produtos de origem animal sem inspeção sanitária, provendo a curto e médio prazo a redução da ocorrência de doenças transmitidas por estes alimentos.

Estratégias de trabalho do PPSUS

Em 2019 o PPSUS selecionou nove projetos científicos de professores mestres e doutores por meio de edital promovido pela Fundação de Amparo à Pesquisa do Tocantins (Fapt), os quais serão financiados pelo Governo do Estado por meio do Ministério da Saúde e CNPq. Um dos projetos aprovados é o do professor Dr José Carlos Ribeiro que está desenvolvendo a pesquisa sobre risco microbiológico e químico dos alimentos de origem animal clandestinos de Araguaína.  Assim que a pesquisa for concluída será apresentada ao gestor de saúde estadual.