A Polícia Civil de Tocantinópolis prendeu na tarde desta quarta-feira (15) um homem de 39 anos suspeito de manter relações sexuais e engravidar a própria enteada de apenas 11 anos. Na delegacia ele confessou o crime e disse ainda ser portador do vírus HIV.
Exame de ultrassonografia constatou que a criança está no sétimo mês de gestão. De acordo com o titular da Delegacia Especializada da Criança e Adolescente de Tocantinópolis (DECA), delegado Tiago Daniel de Moraes, as investigações iniciaram depois de suspeitas do Conselho Tutelar do Município.
"A mãe da criança tinha levado-a para fazer o exame pré-natal na Unidade de Saúde de Tocantinópolis, e, durante a consulta, o fato da mãe não deixar a menina falar chamou a atenção dos profissionais de saúde. Naquela ocasião, ela disse que não sabia quem era o pai do filho da menor", conta o delegado.
Ainda segundo a autoridade policial, depois de fazer o pré-natal, a família não voltou mais a Unidade de Saúde. "Por esse motivo, os profissionais de saúde foram atrás da família para continuar com os exames de pré-natal. Na segunda vez, a criança foi acompanhada da mãe e do padrasto, que, mais uma vez, impediram que a menina falasse", afirma Tiago.
"Naquela consulta, a mãe contou uma nova história. Segundo ela, a menina tinha viajado pra casa do pai em julho de 2016, e lá engravidou de um menino de 13 anos. Só que o ultrassom feito na criança não indicava a gravidez em julho, já que ela está grávida há sete meses", completa o delegado.
O titular da DECA conta ainda que no último mês foram feitas denúncias anônimas no Conselho Tutelar e na Polícia Civil, informando informando que o pai do filho da criança grávida era seu próprio padrasto, e que a mãe da menor estava escondendo este fato.
"Assim, na segunda-feira, 13, instauramos um inquérito policial para investigar o caso, e, no mesmo dia, H.V.C e a menor foram ouvidas. Ele afirmou manter relações sexuais com a criança desde quando ela tinha 9 anos de idade, que realmente está grávida dele, e que ele é portador do vírus HIV", conta o delegado.
Na terça-feira, 14, foi pedido um mandado de prisão temporária em desfavor de H.V.C, cumprido pela Polícia Civil na tarde de quarta-feira, 15. A mãe da menor foi ouvida no mesmo dia.
"Ela afirmou que desconhecia o fato dele ser portador do vírus HIV e que seu marido tinha um caso com sua filha. Disse ainda que, quando soube, foi ameaçada por H.V.C", afirma o titular da DECA, contando ainda que as investigações continuam no intuito de apurar a responsabilidade da mãe quanto ao caso.
"Por conta de H.V.C ser portador do vírus HIV, ter ciência disso, não contar pra vítima e mesmo assim manter relações sexuais com ela sem proteção, além do crime de estupro a vulnerável, iremos enquadrá-lo também por tentativa de homicídio", afirma Tiago. H.V.C se encontra recolhido na Casa de Prisão Provisória de Tocantinópolis.
Alerta às famíliasO delegado da DECA, Tiago Daniel de Moraes faz uma alerta às famílias e a sociedade de modo geral: "A Polícia Civil conta informação das pessoas e de denúncias, pois esse tipo de crime geralmente acontece às escondidas. Na maioria das vezes é feito na casa da própria vítima, com pessoas próximas, o pai, padrasto ou parente. Os pais precisam ficar atentos quanto ao comportamento dos filhos, conversar com eles. E a população, quando suspeitar de algo, não pode hesitar em procurar a autoridade policial ou o conselho tutelar. Só assim a Polícia Civil pode tomar as medidas necessárias para checar o fato e prender quem comete esse tipo de crime", alerta o delegado.