O Estado do Tocantins terminou o ano de 2014 com um déficit de R$ 522 milhões. O montante representa 2,3% do Produto Interno Bruto (PIB) e é o nono maior entre os estados do país. O calculo foi feito pela Folha de S. Paulo em reportagem desta terça-feira, 17, somando as receitas menos as despesas, excluindo os juros. A dívida do Tocantins é a segunda maior da região norte do país.

Em 2014, o Tocantins teve os ex-governadores Siqueira Campos (PSDB), que renunciou em abril, e foi substituído por Sandoval Cardoso (SD), que disputou a reeleição e perdeu para o atual governador Marcelo Miranda (PMDB).

Segundo reportagem da Folha, 17 dos 27 governadores que publicaram balanços financeiros nas últimas semanas mostraram que suas contas fecharam o ano passado no vermelho. Ao final dos mandatos, a lista dos deficitários é ampla a ponto de incluir Estados ricos e pobres, grandes e pequenos –e governadores dos principais partidos do país.

Isso obrigará os governadores que tomaram posse no início do ano a apertar os cintos, porque a oferta de crédito nos bancos federais e os repasses do Tesouro Nacional para obras tendem a minguar, e as receitas continuarão sofrendo com a crise econômica.

A equipe do ministro da Fazenda, Joaquim Levy, indicou que espera que Estados e municípios alcancem um superavit de R$ 11 bilhões neste ano, o equivalente a 17% da meta de economia estabelecida para o setor público, de R$ 66 bilhões, incluindo o governo federal e as estatais.

No ano passado, os governos estaduais tiveram deficit de R$ 13,2 bilhões, pela metodologia adotada pelo Banco Central, e de R$ 11,7 bilhões pelos balanços locais, sem incluir o Amapá, que ainda não publicou os dados.

A escalada dos gastos nos Estados foi amparada por políticas adotadas no primeiro mandato da presidente Dilma Rousseff para estimular a economia, com ampliação do crédito nos bancos oficiais.

O aumento das despesas ocorreu num período em que a arrecadação de impostos –incluindo tributos federais compartilhados com os governos regionais –acompanhou o esfriamento da economia, agravada no ano passado.

Agora, tanto o Palácio do Planalto quanto boa parte dos governadores enfrentam resistências contra os inevitáveis pacotes de ajuste fiscal.