Em nota pública divulgada neste domingo (29), a Turma de Oficiais do Quadro Combatente (Aspirantes 2007) repudiou as notas divulgadas por entidades da Polícia Civil e deu sua versão dos "fatos omitidos" da ocorrência de Guaraí, onde Delegado de Polícia foi ferido com três tiros por uma equipe do Batalhão de Choque.
Segundo os militares envolvidos na ação, o veículo em que o delegado Marivan da Silva Sousa estava era suspeito de outro roubo ocorrido em Itaporã, no mês de janeiro.
Na manhã de sábado, os militares afirmaram averiguavam uma ocorrência de tentativa de roubo envolvendo um veículo SW4 de cor branca em Itaporã. Ocasião em que cruzou com o veículo "em altíssima velocidade" indo em direção à BR 153.
De acordo com a nota, os miliares estavam "convictos" de serem os assaltantes. A equipe iniciou a tentativa de alcançá-lo, mas só se aproximaram dentro da cidade de Guaraí. Os policiais afirmam que usavam colete balístico com inscrição da PM e "deu ordem de parada para o motorista, o qual arrancou com o veículo desobedecendo a ordem legal". Segundo os policiais, os tiros foram disparados no "intuito de cessar a fuga".
Os militares também consideram a prisão ilegal e diz que o caso merece ser revisto.
Confira nota na íntegra"A Turma de Oficiais do Quadro Combatente (Aspirantes 2007), vem a público REPUDIAR as notas publicadas por entidades policiais civis, e ESCLARECER os fatos omitidos até agora sobre a ocorrência na cidade de Guaraí-TO, onde por fatalidade um Delegado da Polícia Civil foi ferido em uma abordagem feita por policias do Batalhão de Choque.
COMO OCORRERAM OS FATOS1º- O Batalhão de Polícia de Choque (BPCHOQUE) é uma unidade de elite da PMTO com jurisdição em todo o Estado, cujas funções são de preservação e restauração da ordem pública, inclusive nos casos de roubo a Instituições financeiras no Estado;
2º- A equipe do BPCHOQUE estava em diligência na região de Guaraí em virtude do roubo a um Carro Forte em Presidente Kennedy, na tarde do dia 27 (sexta-feira);
3º- As equipes de serviço no local trabalhavam com suspeitas do roubo ter sido cometido por uma quadrilha de roubo a bancos abordada na cidade de Itaporã-TO no mês de janeiro, onde na abordagem foi localizado um veículo SW4, cor branca, placa PSM 3000;
4º- Na manhã do dia 28, a equipe do BPCHOQUE foi informada por um chacareiro que no fim da tarde do dia anterior (data do roubo ao Carro Forte), indivíduos em uma SW4 branca de vidros escuros e rodas pretas a qual se deslocava sentido Itaporã, tentaram abordar seu filho que estava em uma caminhonete Ford Ranger, porém o mesmo fugiu com medo de serem os assaltantes;
5º- Sabendo do ocorrido as equipes saíram em diligência para a cidade de Itaporã para averiguar o local onde a quadrilha de roubo a banco havia sido abordada em janeiro, sendo que aproximadamente a 20km de Guaraí o veículo SW4, placa PSM 3000, cruzou com a equipe do BPCHOQUE em altíssima velocidade indo em sentido à BR 153, momento em que a equipe iniciou a tentativa de alcançá-lo, porém só obteve êxito dentro da cidade de Guaraí;
6º- A equipe então, a qual usava colete balístico com a descrição da PMTO de forma ostensiva, convicta de serem os assaltantes, deu ordem de parada para o motorista, o qual arrancou com o veículo desobedecendo a ordem legal, momento em que foram efetuados disparos com o único intuito de cessar a fuga;
7º- O motorista só parou cerca de 60 metros após os últimos disparos, momento em que desceu do veículo, gritando: "sou delegado, o carro não é meu, ele está na minha cautela";
8º- Ressalta-se que em momento algum havia sido informado à Polícia Militar de Guaraí que o veículo abordado com assaltantes a Banco havia sido disponibilizado para uso do delegado;
9º- Após ser identificado, a equipe do BPCHOQUE de imediato iniciou o socorro ao delegado, inclusive sendo auxiliada por uma enfermeira que estava próxima ao local;
10º- Ao chegar a Viatura da cidade, o delegado foi colocado pelos integrantes do BPCHOQUE em seu interior e deslocaram para o hospital em continuidade à prestação de socorro;
11º- No hospital, a equipe do BPCHOQUE se encontrou com o Comandante do 7º BPM, e se apresentaram voluntariamente se colocando à disposição da justiça militar;
12º- Ao sair do hospital a equipe do BPCHOQUE se deslocou novamente ao local da abordagem a fim de preservá-lo, onde verificaram que objetos do Delegado haviam sido retirados do veículo por um policial civil, o qual, devido a este fato, foi qualificado na ocorrência;
13ª- Em seguida, os Policiais Militares do BPCHOQUE se deslocaram para o quartel do 7º BPM, onde permaneceram até o término do procedimento judiciário militar, na presença da Corregedoria da Corporação, ocasião em que os militares prestaram depoimento e entregaram suas armas para perícia;
SOBRE A PRISÃO PREVENTIVA
Quanto à Prisão Preventiva decretada em desfavor dos Policias Militares, esta turma acredita que a mesma não preenche os requisitos legais conforme o ordenamento jurídico brasileiro razão pela qual merece ser revista, caso contrário ficará a sensação de que os militares estão presos pelo simples fato de serem POLICIAIS MILITARES, visto que o mesmo tratamento não foi dado em ocorrências ainda mais graves envolvendo outras forças policiais.
DA CONDUTA E CAPACIDADE DOS POLICIAIS MILITARES ENVOLVIDOS NO FATO
Os policiais militares lotados no Batalhão de Polícia de Choque possuem cursos especializados de altíssimo nível, tendo comportamento excepcional, e possuem uma rotina diária de treinamento, que os capacitam para atuarem nas ocorrências de maior complexidade de forma técnica e profissional.
O Capitão PM Cleiber Levy é um oficial de conduta exemplar, respeitado e querido em todas Unidades nas quais já trabalhou, casado, com dois filhos, pastor evangélico, instrutor dos Cursos de ROTAM, GIRO, GOC, e FORÇA TÁTICA, tendo contribuído com a formação de mais de mil policiais militares da PMTO desde seu ingresso na corporação, sendo integrante desta Turma de Oficiais, e admirado por sempre atuar de forma técnica e profissional.
Por fim, lamentamos a fatalidade ocorrida, desejando uma excelente recuperação ao Delegado Marivan Silva Souza, ressaltando a confiança na condução sensata da situação pelo judiciário e pelos comandantes das Instituições envolvidas e acreditando na capacidade de haver uma relação harmoniosa entre a Polícia Militar e Polícia Civil, visto que o conflito entre estas forças em nada contribuem para o bem estar da sociedade tocantinense.
Palmas, 29 de outubro de 2017."