Governador afastado Wanderlei Barbosa (Republicanos)
Foto: PORTAL OPÇÃO Afastado do cargo, o governador Wanderlei Barbosa (Republicanos) enfrenta um dilema semelhante ao do antecessor Mauro Carlesse, que precisou renunciar para evitar um processo de impeachment na Assembleia Legislativa. Nesta segunda-feira (3), completam-se dois meses da operação da Polícia Federal que atingiu o governo de Wanderlei e a própria Assembleia, com varreduras em dez gabinetes de deputados estaduais.
Com apenas dois meses de afastamento — e outros quatro ainda pela frente —, Wanderlei começa a enfrentar os embaraços que podem dificultar seu retorno ao Palácio Araguaia. Além das questões judiciais, há pelo menos cinco pedidos de impeachment protocolados na Aleto, todos visando à cassação do mandato do governador afastado. As informações são do Portal CT.
Claro que existe a possibilidade de retorno ao cargo, mas seis meses fora do comando do Executivo reduzem a força política de Wanderlei e abrem espaço para que Laurez Moreira pavimente a estrada rumo ao Palácio nas eleições de 2026
5 pedidos de impeachment
O vereador de Palmas Carlos Amastha (PSB) já apresentou dois pedidos de impeachment contra o governador. O primeiro foi protocolado em 3 de setembro, data da Operação Fames-19, da Polícia Federal. O segundo pedido foi apresentado em 16 de setembro.
“A nova peça incorpora informações que vieram a público posteriormente ao primeiro protocolo e consolida, de forma organizada, os detalhes do caso, descrevendo a estrutura das condutas, o modo de operação e os caminhos de comprovação”, destacou o comunicado divulgado pelo vereador.
O terceiro pedido de impeachment foi protocolado em 16 de outubro pelo advogado araguainense Paulo Roberto, que reforça as acusações da PF sobre a existência de um esquema de corrupção envolvendo contratos da Secretaria do Trabalho e Desenvolvimento Social (Setas) durante a pandemia.
Já o jornalista palmense Antônio Guimarães protocolou, em 28 de outubro, o quarto pedido de impeachment contra Wanderlei, apontando crimes de frustração ao caráter competitivo de licitação, peculato, corrupção passiva, formação de organização criminosa e lavagem de dinheiro.
No mesmo dia, o vereador de Porto Nacional José Junio Batista, conhecido como Junio de Cesário (PSDB), apresentou o quinto pedido de impeachment, alegando indícios de irregularidades em contratos públicos e violação dos princípios da moralidade, legalidade e probidade administrativa previstos na Constituição Federal.
O texto apresentado por Junio de Cesário também aponta que a crise política provocou instabilidade administrativa no Estado, afetando setores como infraestrutura, saúde, agricultura e assistência social.
Contudo, os cinco pedidos protocolados na Aleto, por si só, não produzem efeito imediato. A admissibilidade para tramitação depende exclusivamente do presidente da Casa, Amélio Cayres, até então aliado de Wanderlei. Os defensores do impeachment tentam reunir as 16 assinaturas necessárias para convencer Cayres a acatar ao menos um dos pedidos. Caso isso ocorra, restará a Wanderlei renunciar ao cargo para evitar enfrentar o processo político na Assembleia.

