Política

PF suspeita que pessoas ligadas a Wanderlei Barbosa monitoravam ações do governo Laurez

As informações constam em relatório obtido e divulgado pelo Portal CT, que também detalha a descoberta de escutas clandestinas dentro da Secretaria de Comunicação, localizada no Palácio Araguaia, e em veículos oficiais do Estado.

A partir da esq., Thomas Jefferson, Alan Rickson e William: grande proximidade e suspeita de monitoramento a Laurez
Foto: Reprodução

A Polícia Federal apura a existência de indícios de influência do ex-secretário de Parcerias e Investimentos, Thomas Jefferson Gonçalves Teixeira, em decisões do Governo do Tocantins, mesmo após o afastamento do ex-governador Wanderlei Barbosa. As informações constam em relatório obtido e divulgado pelo Portal CT, que também detalha a descoberta de escutas clandestinas dentro da Secretaria de Comunicação, localizada no Palácio Araguaia, e em veículos oficiais do Estado.

Segundo o documento, as escutas foram encontradas pouco mais de um mês após o início da gestão interina do governador Laurez Moreira, o que levou a PF a suspeitar de uma possível tentativa de monitoramento. “O que indica que pessoas ligadas ao governador Wanderlei Barbosa Castro poderiam estar agindo para monitorar as atividades de Laurez Moreira”, aponta trecho do relatório citado pelo CT.

De acordo com a reportagem, dez dias após o episódio das escutas, a Superintendência Regional da PF recebeu uma denúncia anônima relatando a atuação de Thomas Jefferson e de pessoas a ele vinculadas, que “continuariam exercendo influência indevida e irregular dentro da estrutura do Governo do Tocantins”.

O ex-secretário é descrito como homem de confiança de Wanderlei e amigo dos filhos do ex-governador, Léo Barbosa e Rérison Castro – deste último, inclusive, sócio em um escritório de advocacia. A denúncia citou ainda dois servidores: William Nunes de Souza, primo de Thomas Jefferson, e Alan Rickson Andrade de Araújo, assessor da SPI. Ambos foram identificados pela PF como ainda lotados na pasta e mantinham vínculo direto com o ex-secretário.

As apurações preliminares confirmaram que Alan Rickson e William Nunes estavam registrados na folha de pagamento do Estado, nos cargos citados na denúncia, e que havia proximidade pessoal entre eles e Thomas Jefferson”, diz o relatório, conforme reproduz o CT.

Os três foram alvos de mandados de busca e apreensão durante a operação Nêmesis, deflagrada nesta quarta-feira (12). A investigação busca esclarecer a extensão da influência de ex-integrantes da gestão anterior dentro da atual estrutura do Governo do Tocantins e os possíveis vínculos com o episódio das escutas ilegais.