
“Para cuidar do outro é preciso estar bem”, afirma o deputado estadual Marcus Marcelo (PL) ao apresentar o Projeto de Lei que institui a Política Estadual de Prevenção e Combate à Síndrome de Burnout entre Profissionais de Saúde.
A iniciativa prevê campanhas informativas, capacitação de lideranças, atendimento psicológico e psiquiátrico, além de outras ações voltadas para a redução do estresse e do esgotamento emocional.
A síndrome de Burnout foi oficialmente reconhecida pela Organização Mundial da Saúde (OMS), em 2019, como um distúrbio relacionado ao excesso de estresse no serviço. Além disso, segundo o Observatório de Segurança e Saúde no Trabalho, só em 2023, o Brasil registrou mais de 70 mil afastamentos por transtornos mentais relacionados ao trabalho.
Estudos nacionais apontam que cerca de 30% dos profissionais de saúde apresentam sinais compatíveis com a síndrome, que figura entre as principais causas de faltas no trabalho e de rotatividade no setor.
Segundo Marcus Marcelo, o projeto de lei promoverá mais saúde, ajudando a prevenir afastamentos e a garantir melhores condições de trabalho. “Infelizmente, o adoecimento mental entre os profissionais de saúde, especialmente após a pandemia de Covid-19, tornou-se um grave problema de saúde pública. Eles lidam com a vida e a morte, muitas vezes em ambientes de alta pressão e escalas desafiadoras. Embora haja iniciativas isoladas, não existe uma política estadual estruturada e permanente”, explicou o parlamentar.
PL em ação: na prática, como funcionaria?
A Política Estadual de Prevenção e Combate à Síndrome de Burnout estabelece como principais ações a promoção de campanhas educativas e informativas em todas as instituições de saúde; a capacitação de gestores e lideranças para identificar sinais precoces de esgotamento emocional; e a garantia de atendimento psicológico e psiquiátrico especializado aos profissionais de saúde, com oferta prioritária na rede pública.
O projeto também defende o fomento a programas de qualidade de vida no trabalho, voltados à redução do estresse ocupacional; a criação de canais anônimos de escuta e acolhimento para profissionais em sofrimento psíquico; além do monitoramento e avaliação periódica dos índices de adoecimento mental dos trabalhadores da saúde no Estado.
Sinais de atenção
A psicóloga Lígia Nóbrega alerta que os principais sinais da síndrome incluem: cansaço extremo físico e mental, mesmo após descanso; dificuldade de concentração e falhas de memória; sensação de ineficácia, como se nunca desse conta do trabalho; perda de motivação e entusiasmo pela profissão; além de sintomas físicos como dores de cabeça, palpitações e tensões musculares.
“Diante de qualquer um desses sinais frequentes é preciso buscar ajuda profissional. Sabemos que, em tempos de avanços tecnológicos e mudanças constantes, manter o equilíbrio entre vida pessoal e profissional é um desafio, mas também uma necessidade. Por isso, considero muito importante essa iniciativa do deputado, que contribui para ambientes de trabalho mais saudáveis e acolhedores”, ressaltou a profissional.