Motorista do Ford Ka é preso pela PRF após acidente na BR-153 que resultou na morte de um pai e de um bebê de dois meses, em Araguaína.
Foto: AN Em depoimento ao delegado Felipe Crivellaro, o mecânico Lucas Rodrigues Monteiro, de 30 anos, falou sobre o acidente fatal que provocou na manhã de domingo, 14. Ele é o motorista do Ford Ka que atropelou e matou o jovem pai Caio Pinheiro Rocha, de 22 anos, e o filho, Pietro Gael, de apenas dois meses.
Após o acidente, o motorista do carro, Lucas, foi preso pela PRF por embriaguez e, na delegacia, foi autuado por homicídio doloso. No depoimento, ele chorou, ficou calado em alguns momentos, se contradisse e admitiu o erro fatal que causou o acidente com duas mortes.
Lucas relatou ao delegado da Polícia Civil, Felipe Crivellaro, que não se recordava de algumas circunstâncias do fato e também permaneceu em silêncio quando questionado sobre alguns detalhes do acidente. Ele ainda se contradisse ao afirmar que trafegava em uma velocidade entre 60 e 80 km/h na BR-153. Segundo ele, a moto entrou de uma vez e ele tentou desviar para evitar o acidente, mas sem sucesso.
Neste momento, o delegado apontou a contradição e Lucas colocou as duas mãos no rosto e chorou. Mais adiante, no depoimento, admitiu: “Sei que fui errado. Eu não vou saber explicar para o senhor, me perdoe”, disse o motorista Lucas, ao ser interrogado pelo delegado Felipe.
— Estou arrependido, moço. Não me lembro [como aconteceu], foi muito ligeiro. Não era que eu estava muito rápido. É que foi muito ligeiro, rápido demais — explicou o motorista, negando ter bebido muito antes do acidente.
O acidente
A tragédia ocorreu no perímetro urbano da BR-153, entre a Vila Couto e o setor Barros, em Araguaína. O Ford Ka atingiu a traseira da Honda Pop, arremessou a motocicleta para fora da pista e acabou matando o condutor, identificado como Caio Pinheiro Rocha, de 22 anos.
Na garupa da moto estava a esposa de Caio, Winglidy Magalhães, de 20 anos, que transportava o filho recém-nascido em um bebê-conforto. Com o impacto, o bebê de dois meses, Pietro Gael Pinheiro Magalhães, morreu no local.
A mãe da criança, Winglidy Magalhães, sobreviveu ao trágico acidente, sofreu ferimentos graves e foi socorrida por equipes do Serviço de Atendimento Móvel de Urgência (Samu), sendo encaminhada ao Hospital Regional de Araguaína.
Já o condutor do carro, que apresentava visíveis sinais de embriaguez, foi preso e autuado por homicídio doloso, por ter assumido o risco de causar a morte, e ficará na Casa de Prisão Provisória de Araguaína (CPPA).
Dinâmica do acidente
Em entrevista, o delegado da Polícia Civil, Felipe Crivellaro, afirmou que a dinâmica do acidente indica que o motorista do carro conduzia o veículo em velocidade incompatível com a via, no trecho urbano da BR-153.
“Havia indicativo de que o condutor estava em alta velocidade. Não havia marcas de frenagem na pista, o que indica que ele, nem antes e nem durante a colisão, acionou os freios do seu automóvel”, pontuou.
Sinais de embriaguez
O delegado Felipe complementou que não foram encontradas marcas de frenagem na pista, apenas vestígios de fricção, o que indica que a motocicleta foi arrastada após a colisão. As vítimas foram arremessadas a cerca de 15 metros do local da colisão. Ele destacou ainda que o motorista do Ford Ka apresentava sinais de embriaguez.
— Além disso, tem a situação da embriaguez, que era patente, era visível. Ele tentou fugir do local, não prestando socorro às vítimas. Felizmente, foi contido por populares, que o mantiveram no local até a chegada da PRF — detalhou o delegado, pontuando que o condutor confessou à PRF que havia “tomado umas latinhas de cerveja”.
O motorista Lucas foi autuado por homicídio doloso.

